Nos últimos dias, vídeos viralizaram nas redes sociais mostrando capivaras com pelagem esverdeada nas margens de rios na Argentina e no Uruguai. Biólogos explicam que essa coloração atípica é resultado da proliferação de cianobactérias nas águas da região.
Conhecidas popularmente como algas verde-azuladas, as cianobactérias são microrganismos aquáticos capazes de realizar fotossíntese. Em situações normais, elas convivem de forma equilibrada nos ecossistemas aquáticos. No entanto, a proliferação em massa dessas bactérias, que forma tapetes verdes sobre a superfície da água, pode causar sérios desequilíbrios ambientais.
Esse aumento excessivo de cianobactérias foi registrado a partir de domingo (9), na região do Lago Salto Grande, que fica na fronteira entre Argentina e Uruguai, a cerca de 160 km do Brasil. A presença massiva desses microrganismos tem impactado a fauna local, como as capivaras, que passaram a exibir uma coloração esverdeada, resultado do contato com a água contaminada.
Quais são os riscos para a saúde humana e animal?
A proliferação descontrolada de cianobactérias está diretamente ligada ao aumento da poluição das águas, como o lançamento de esgoto e o uso excessivo de agrotóxicos. As toxinas produzidas pelas cianobactérias podem causar uma série de problemas de saúde, incluindo irritações na pele, distúrbios hepáticos e neurológicos, dependendo do nível de contato com a água contaminada.
A Comissão Administrativa do Rio Uruguai (CARU) emitiu um alerta, destacando os riscos de saúde devido ao aumento das cianobactérias, especialmente durante o verão, com as altas temperaturas que favorecem seu crescimento.
Quem está mais exposto?
A CARU alerta que grupos como crianças, gestantes, idosos e pessoas com o sistema imunológico enfraquecido são mais vulneráveis aos efeitos das toxinas. Além disso, pescadores e salva-vidas, que têm contato constante com as águas, devem redobrar os cuidados.
Como se proteger e evitar riscos?
Autoridades sanitárias recomendam evitar o contato com águas que apresentem coloração esverdeada, turbidez ou cheiro forte. Banhistas devem estar atentos à presença de espuma acumulada na superfície da água. Caso haja exposição, é fundamental lavar a pele com água limpa e procurar atendimento médico caso surjam sintomas.
Além disso, os donos de animais de estimação devem garantir que seus pets não tenham acesso às águas contaminadas, pois os efeitos podem ser igualmente prejudiciais para os animais.