Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Como detectar fraudes documentais?

Foto: Freepik

Por: Isabelle Stringari Ribeiro

10/02/2025 - 11:02 - Atualizada em: 10/02/2025 - 11:16

Evitar e identificar a falsificação de documentos é um dos grandes desafios para o setor financeiro, o comércio e os serviços públicos no Brasil. A prática criminosa impacta diretamente essas áreas e acaba refletindo também no bolso de todos os consumidores, uma vez que as empresas tendem a embutir essas perdas nos preços de produtos e serviços.

Luiz Fernando da Silva, professor e profissional com 18 anos de experiência no setor financeiro, explica que as fraudes mais comuns são a falsificação e adulteração de documentos pessoais, como RG e CPF, e comprovantes de renda, pois são essenciais para o cadastro de clientes e análise de crédito. “Certamente, o documento mais falsificado, principalmente devido à falta de padrões nacionais até 2022, é o RG. A Carteira de Identidade Nacional (CIN) foi criada para reduzir essas falsificações, porém, os documentos antigos ainda serão válidos até 2032. Então, até lá, muita atenção na conferência deles”, ressalta Silva.

E com os avanços tecnológicos na validação documental, os fraudadores também aprimoram seus métodos. A engenharia social tem sido uma ferramenta cada vez mais utilizada por golpistas para manipular vítimas e concretizar fraudes. Por isso, é fundamental que os comércios mantenham um procedimento cuidadoso de verificação. “Processos de validação de documentos bem estruturados e praticados no dia a dia são essenciais para a redução das ocorrências de fraude. Os criminosos buscam vítimas menos atentas e despreparadas para aplicarem seus golpes”, reforça Silva.

Diversos documentos, como a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e a CIN, já contam com meios eletrônicos de análise gratuitos. Além disso, empresas especializadas também oferecem serviços de checagem avançados que auxiliam na prevenção contra fraudes. “É importante ter muita atenção na conferência dos documentos para não gerar situações constrangedoras para os clientes. Uma vez detectada a fraude, é importante registrar as evidências e comunicar às autoridades competentes”, complementa.

Embora não existam dados oficiais consolidados sobre o prejuízo total gerado por fraudes documentais, uma pesquisa do Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em 2024, estimou que golpes via Pix e boletos falsos causaram perdas de R$ 25,5 bilhões em apenas um ano.

Comércio e empresas protegidos

Para Silva, a melhor defesa contra golpes é um time bem treinado. “Quando o assunto é prevenção de fraudes, a capacitação das equipes é o segredo do sucesso. Os colaboradores são a primeira linha de defesa contra os golpistas, sendo essenciais para a identificar os sinais de fraudes ou falsificações, antes que as perdas aconteçam”. Ele ainda deixa duas recomendações para o varejo. “Primeiro, mantenha a qualidade das informações administradas pelo negócio. O cadastro é o principal insumo para apoiar as decisões das empresas e deve estar sempre atualizado. Segundo, observe comportamentos suspeitos. Os golpistas normalmente querem concretizar o golpe rapidamente, não se preocupando com preços, prazos e características dos produtos. Fique atento aos consumidores que aceitam qualquer condição ofertada”, finaliza Silva.

Curso

No dia 26 de fevereiro, às 19h, no Auditório da CDL Blumenau, Silva ministrará o curso “Fraude documental: como detectar e prevenir”, com duração de três horas. O treinamento, realizado pela entidade em parceria com a UniSagres, é aberto ao público e tem como objetivo preparar os participantes para reconhecer sinais de irregularidades em documentos de identificação, comprovantes de endereço e renda, além de cédulas de dinheiro, e identificar indícios de fraude. Os interessados podem se inscrever pelo site da CDL.

Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Isabelle Stringari Ribeiro

Jornalista de entretenimento e cotidiano, formada pela Universidade Regional de Blumenau (FURB).