Cientistas britânicos e indianos realizaram um estudo inovador que revelou que a creatina monohidratada, um suplemento utilizado por atletas para melhorar o desempenho físico, pode se tornar uma poderosa aliada no tratamento da depressão, um transtorno que afeta cerca de 300 milhões de pessoas globalmente.
O estudo, publicado na renomada revista Science Direct, envolveu 100 pacientes diagnosticados com depressão, com idades entre 18 e 60 anos. Os participantes foram divididos em dois grupos: o primeiro recebeu 5g de creatina monohidratada diariamente, além de participar de sessões de Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), enquanto o segundo grupo tomou um placebo, também associado à TCC.
Creatina +TCC reduz sintomas de depressão
Após oito semanas de tratamento, ambos os grupos apresentaram uma redução significativa nos sintomas da depressão. No entanto, o grupo que recebeu a combinação de creatina monohidratada e TCC teve uma melhora ainda mais expressiva. Os participantes desse grupo mostraram uma queda considerável na gravidade dos sintomas, quando comparados com o grupo placebo.
A creatina, naturalmente produzida pelo organismo e presente em alimentos ricos em proteínas como carne e peixe, é conhecida por fornecer energia para as células, especialmente as musculares e cerebrais. Essa substância tem um impacto direto no metabolismo cerebral, o que pode ajudar na regulação do humor e na resposta ao estresse.
Durante o estudo, 12 participantes (24%) que utilizaram a creatina atingiram remissão completa dos sintomas de depressão, em comparação com apenas cinco pacientes no grupo que recebeu o placebo. Esses dados sugerem que a creatina, quando aliada à psicoterapia, pode ser uma alternativa eficaz para o alívio dos sintomas depressivos, com poucos efeitos colaterais relatados.
Embora os resultados do estudo sejam promissores, os pesquisadores ressaltam a necessidade de mais investigações para entender se os efeitos positivos da creatina podem ser replicados em pacientes com diferentes perfis ou em tratamentos psicológicos diversos. Apesar de o estudo atual não ter apresentado efeitos adversos significativos, estudos anteriores indicaram possíveis desconfortos como cólicas gastrointestinais e dores musculares.