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Pesquisa revela que 54% dos casos de demência são evitáveis

Foto: Freepik

Por: Priscila Horvat

04/02/2025 - 15:02 - Atualizada em: 04/02/2025 - 15:39

Estudo realizado pela USP (Universidade de São Paulo) revelou que 54% dos casos de demência na América Latina poderiam ser evitados com práticas de prevenção.

O artigo foi publicado em uma das principais revistas científicas do mundo, a The Lancet, e afirma que esses casos são atribuídos a fatores de risco modificáveis.

São 14 os fatores de risco para o desenvolvimento desse tipo de doença neurodegenerativa, são eles: baixa escolaridade, perda auditiva, hipertensão, tabagismo, obesidade, depressão, inatividade física, diabetes, consumo excessivo de álcool, lesão cerebral traumática, isolamento social, perda de visão não tratada, níveis elevados de colesterol LDL e poluição do ar.

A gerontóloga e parceria científica do Supera – ginástica para o cérebro, Thaís Bento, explica que uma mudança no estilo de vida é capaz de minimizar a maioria deles.

“O consumo adequado dos alimentos e prática regular de atividade física é possível evitar ou controlar a presença de doenças crônicas como hipertensão e diabetes”. A especialista reforça ainda a importância de cuidados com a saúde auditiva e ocular como ações preventivas para reduzir o risco de desenvolver demência.

A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência, correspondendo a cerca de 60% a 70% dos casos e, ao contrário do que se pensa, não é uma doença apenas de idosos. Segundo o estudo, cerca de 9% dos casos tiveram início precoce, ou seja, antes dos 65 anos.

O papel da estimulação cognitiva

A estimulação cognitiva é o conjunto de exercícios sistematizados que treinam diferentes áreas do cérebro, responsáveis por importantes funções como memória, atenção, organização, flexibilidade, gerenciamento do tempo entre outras. Essa é uma das intervenções mais recomendadas para a prevenção da Doença de Alzheimer e outras demências, segundo a parceira científica do Supera.

“Isso ocorre porque ela é capaz de promover neuroplasticidade (capacidade do cérebro de formar novas conexões entre os neurônios) e contribuir com a reserva cognitiva (habilidade do cérebro de compensar danos neurológicos por meio de redes alternativas ou estratégias cognitivas), fatores essenciais para a preservação da saúde do cérebro”, explica Thaís.

Embora sejam importantes para a saúde cerebral, o treino cognitivo ainda é pouco explorado pela população. De acordo com Thaís, falta motivação porque não há conhecimento dos riscos.

“A ausência de estímulos cognitivos além de ser um fator de risco para as demências, pode prejudicar o desempenho cognitivo geral, limitando, por exemplo, a capacidade de velocidade de processamento das informações, as habilidades de memória, o planejamento de tarefas e prejudicar o bem-estar”, comenta.

Entre as ferramentas utilizadas para treinar o cérebro e melhorar seu desempenho estão o ábaco (memória), o tangram (habilidades visuoespaciais) e os jogos, que treinam diferentes habilidades.

A partir dessas estratégias é possível fortalecer e melhorar a capacidade de desempenho de habilidades cognitivas, entre elas, a memória, a orientação, a praxia e o cálculo.

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Priscila Horvat

Jornalista especializada em conteúdo de saúde e puericultura.