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Assembleia Legislativa de SC, Câmara dos Deputados e Senado elegem seus presidentes

Da esq. para a direita: Julio Garcia, Hugo Motta e Davi Alcolumbre | Foto: Divulgação

Por: Elisângela Pezzutti

04/02/2025 - 07:02

No sábado (1°), a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), a Câmara dos Deputados e o Senado escolheram seus presidentes para o biênio 2025-2026. Veja a seguir quem são os eleitos:

Na liderança da Alesc pela quarta vez

Em seu sétimo mandato na Alesc, Julio Garcia foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 1986 | Foto: Rodolfo Espíndola/Agência AL

Na Alesc foi eleito o deputado Julio Garcia (PSD), que assume a presidência da Casa pela quarta vez (2005-2006, 2007-2008, 2019-2020, 2025-2026). Ele concorreu com chapa única e obteve o voto de 37 parlamentares. Apenas o deputado Sargento Lima (PL) se absteve. Os deputados Ivan Naatz (PL) e Lunelli (MDB) não compareceram à votação, mas enviaram mensagens garantindo apoio a Garcia. No entanto, os dois votos não foram computados por não haver previsão regimental para isto.

Em seu sétimo mandato como deputado estadual, Julio Garcia tem 74 anos e é natural de Florianópolis. Com formação técnica em Contabilidade, presidiu empresas estatais, como a Indústria Carboquímica Catarinense S.A (ICC), em 1985, o Banco de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina (Badesc), em 1995, e a Companhia de Água e Saneamento de Santa Catarina (Casan), entre 1996 e 1997.

Foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 1986, aos 36 anos, pelo Partido da Frente Liberal – PFL (depois chamado Democratas e, hoje, União Brasil), com 17.129 votos. Na Assembleia Legislativa participou da elaboração da Constituição do Estado de 1989.

Em outubro de 2005, assumiu interinamente o Governo do Estado de Santa Catarina por 12 dias. Como governador em exercício, sancionou a lei de sua autoria, que garantiu às Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) de Santa Catarina 1% dos recursos do Fundosocial. As 185 Apaes atendem mais de 19 mil alunos em Santa Catarina.

Em agosto de 2009, renunciou ao mandato de deputado para ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC), instituição que presidiu entre 2014 e 2015 e do qual se aposentou em 2017. Após um intervalo de quase dez anos, em 2019 retornou à política como deputado estadual, e foi eleito pelo PSD com 57.772 votos, sendo o terceiro mais votado nas eleições.

Em seu discurso de posse, Garcia destacou o papel do Parlamento catarinense como garantidor e fomentador da democracia, ressaltando, ainda, a relação de harmonia e independência com os demais poderes e órgãos do Estado. O deputado afirmou que retorna à presidência da Alesc com a mesma felicidade e entusiasmo que experimentou há 20 anos, quando foi eleito para o cargo pela primeira vez.

De perfil conciliador, Hugo Motta comandará a Câmara dos Deputados

Aos 35 anos, Motta será o mais jovem presidente da Casa, mas traz consigo a experiência de cinco mandatos consecutivos como deputado federal pela Paraíba | Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados

 

Em votação secreta, a Câmara dos Deputados elegeu, em turno único, o médico Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência, com o apoio de 444 dos 513 deputados. Foram registrados dois votos em branco. Aos 35 anos, o parlamentar será o mais jovem presidente da Casa desde a redemocratização do país, mas traz consigo a experiência de cinco mandatos consecutivos como deputado federal pela Paraíba. Vindo de uma família com atuação na política paraibense, em 2010, aos 21 anos, foi eleito o deputado federal mais jovem do Brasil.

Declaradamente favorito na disputa, amparado por 17 dos 20 partidos com assento na Câmara, Motta precisava de pelo menos a maioria absoluta de apoios (257 votos) para vencer em primeiro turno. A votação só não superou a obtida por Arthur Lira (PP-AL), que em fevereiro de 2023 foi reeleito com o voto de 464 deputados. O bloco que elegeu Motta inclui o PT, partido que dirige o governo federal, e o PL, principal legenda de oposição. Os demais integrantes são PCdoB, PV, União, PP, Republicanos, PSD, MDB, PDT, PSDB, Cidadania, PSB, Podemos, Avante, Solidariedade e PRD, que juntos representam 494 dos 513 deputados federais.

De perfil conciliador, Motta é conhecido por ter bom trânsito político tanto em setores de esquerda quanto na direita. Em seu primeiro discurso como presidente, afirmou que “nada pior para os mais pobres do que a inflação e a instabilidade na economia” e que “defender estabilidade econômica é defender a estabilidade social”.

“Viva a democracia”, exclamou em outro momento, enquanto segurava um exemplar da Constituição, repetindo o gesto de Ulysses Guimarães ao promulgar a Carta, em 1988. Motta fez várias referências a Ulysses durante o seu discurso, citando a conhecida frase: “Tenho ódio e nojo à ditadura”.

Os dois concorrentes na disputa pela presidência da Câmara, Marcel van Hattem (Novo-RS) e Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) receberam 31 e 22 votos, respectivamente.

Eleito presidente do Senado, Davi Alcolumbre defende união entre os poderes

Alcolumbre iniciou sua carreira política como vereador em Macapá, capital do Amapá, em 2001 | Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Também em votação secreta, o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) foi eleito presidente do Senado pelos próximos dois anos, com 73 dos 81 votos. Durante as falas dos candidatos, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) e a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) retiraram suas candidaturas. Concorreram ao cargo, junto com Alcolumbre, os senadores Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE). Ambos receberam 4 votos cada um.

Em sua fala, o presidente eleito se declarou um “defensor intransigente” do diálogo, da construção coletiva e de soluções compartilhadas. “Vocês me conhecem, sabem do meu compromisso verdadeiro com essa instituição e com o Brasil e, acima de tudo, com a população que confia em cada um de nós para representar os seus sonhos e as suas esperanças”, disse. “Para mim, governar é ouvir e liderar é servir. É disso que o nosso país precisa agora. Uma liderança que una e não que divida”.

Alcolumbre iniciou sua carreira política como vereador em Macapá, capital do Amapá, em 2001, pelo PDT. No ano seguinte, elegeu-se deputado federal. Em 2005, filiou-se ao então PFL. Em 2006, conquistou um novo mandato na Câmara dos Deputados. Em 2009, licenciou-se para assumir o cargo de secretário municipal de Obras e Serviços Públicos de Macapá, durante a gestão do prefeito Roberto Góes. Retornou à Câmara em março de 2010, concorreu a mais um mandato e foi reeleito.

Em 2014, elegeu-se senador. Em 2015, comandou a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo e, em 2018, licenciou-se para concorrer ao governo do Amapá, mas não foi eleito. Na volta ao Senado, em 2019, foi escolhido presidente da Casa pela primeira vez, o mais jovem a ocupar o cargo. Naquele mesmo ano, como presidente da República em exercício, assinou a transferência definitiva das terras da União ao Amapá, uma reivindicação do estado de mais de 30 anos. Foi reeleito para o Senado em 2022 e presidia a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

 

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Elisângela Pezzutti

Graduada em Comunicação Social pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atua na área jornalística há mais de 25 anos, com experiência em reportagem, assessoria de imprensa e edição de textos.