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O municipalismo e as eleições de 2026 – Claudio Prisco Paraíso

Foto: Divulgação

Por: Claudio Prisco Paraíso

01/02/2025 - 06:02 - Atualizada em: 31/01/2025 - 16:25

A Fecam elegeu, ontem, seu novo presidente, já definido com antecedência: Topázio Silveira Neto, prefeito da Capital, que vai exercer o mandato até o início de 2026, período estratégico considerando-se as eleições majoritárias do próximo ano.
Ele foi lançado e teve sua candidatura articulada pelo próprio governador Jorginho Mello, que o respaldou na reeleição, assegurada com quase 60% dos votos, tendo o PL como parceiro e vice na chapa inclusive.
Jorginho Mello hoje sente-se muito prestigiado por Topázio, que já declarou que estará no projeto da sua reeleição, mesmo sendo do PSD, partido que apresenta um pré-candidato, que será formalizado no próximo dia 22 de março, em Chapecó. É o prefeito reeleito da cidade, João Rodrigues.

Mudanças

Mas, Topázio vai tentar arregimentar outras lideranças, parlamentares e prefeitos, para que o PSD esteja no projeto de aliança do PL em torno de Jorginho Mello. Inclusive, assim como já ocorreu em novembro, numa entrevista a um veículo de circulação nacional; na última quarta-feira, em São Paulo, na conferência latino-americana de investimento, Gilberto Kassab voltou a citar Topázio, quando falou em Santa Catarina. Em duas oportunidades.

Referencia

Então, Topázio é a referência do PSD em SC. Agora, evidentemente, temos que observar o fato de que, neste sábado, Julio Garcia, igualmente do PSD, será eleito presidente da Assembleia.

Movimentos

Qual será o seu comportamento? Estará comprometido, efetivamente, até as últimas consequências, com João Rodrigues?

Costurando

Kassab faz um grande esforço para que Tarcísio de Freitas, de quem ele é secretário de governo, concorra à reeleição e ele próprio seja o vice. Está olhando para 2030. Explica-se: uma vez reeleito Tarcísio de Freitas, Kassab assumiria o governo e Tarcísio seria nome para a Presidência da República em 2030.

Filme antigo

Aliás, ele já pegou carona assim em 2004, quando Jorge Bornhausen, à época senador e presidente nacional do PFL, o indicou como vice de José Serra, que foi derrotado em 2002 à presidência por Lula da Silva.

Dois anos

Serra ficou à frente da prefeitura pouco mais de um ano, quando concorreu ao governo em 2006. Quem assumiu a prefeitura? Kassab, que, em 2008, reelegeu.

Articulado

Aí teve seu mérito próprio e agora quer novamente uma garupa para chegar ao governo do estado, da maior locomotiva brasileira, que é São Paulo.

Cabo eleitoral

Só que ele sabe muito bem que tem que se reaproximar de Jair Bolsonaro. Até porque Tarcísio de Freitas, além de ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, foi inventado pelo ex-presidente, mesmo sendo carioca, como candidato ao governo de São Paulo. Só depois é que Kassab se incorporou ao movimento e indicou o vice.

Recado

Então, ao ele se posicionar com críticas ao governo Lula, falando inclusive que Fernando Haddad é um ministro da Fazenda fraco, que Lula está desgastado, que hoje não seria favorito e perderia a eleição e tudo mais, Kassab está dando um aceno para Jair Bolsonaro.

Padrinho

Até porque o vice de Tarcísio, lá em 2026, se ele for candidato à reeleição, passará por Bolsonaro, como passou a indicação do vice do prefeito Ricardo Nunes, que se reelegeu no ano passado na capital paulistana. Esse distanciamento de Gilberto Kassab do PT e de Lula agrada a João Rodrigues.

Capital

Só que não podemos desconsiderar que a referência de Kassab em Santa Catarina é efetivamente Topázio. E outra, Jorginho Mello é muito próximo de Tarcísio de Freitas.

Proa

Jorginho também pilota o partido do governador paulista em Santa Catarina, que é o Republicanos. Kassab não vai querer entrar em conflito com Jorginho e indiretamente com Tarcísio.

Massaroca

E para tornar o ambiente ainda cada vez mais conturbado, quem esteve na quinta-feira em Florianópolis foi Ratinho Júnior, que Kassab aponta como o único nome do PSD à Presidência da República.

Périplo

Ele, que é governador reeleito do Paraná, estaria iniciando uma peregrinação pelo país, assim como Ronaldo Caiado, de Goiás. Ratinho começou por Santa Catarina.

Convergência

Mas, a grande verdade é a seguinte: se Tarcísio vier a concorrer à Presidência, todo mundo desiste, todos o apoiam. Inclusive Bolsonaro. Agora, se Tarcísio for à reeleição, poderíamos ter várias candidaturas da direita e aquele que chegar no segundo turno tem tudo para receber o apoio dos demais candidatos conservadores.

Timing

Agora, uma coisa inquestionável: o articulista tem sérias dúvidas de que Ratinho Júnior vai desprezar uma candidatura ao Senado, de duas vagas disponíveis, para se jogar numa aventura presidencial com a idade que ele tem.
Uma vez eleito senador, novas eleições futuras poderiam pavimentar eventualmente esse caminho.

 

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