O Relógio do Juízo Final, criado em 1947 por cientistas, alcançou nesta terça-feira (28) o pior nível de sua história, com a contagem regressiva agora apontando para 89 segundos da meia-noite, simbolizando o iminente risco de destruição global.
Este avanço dramático no relógio reflete a crescente preocupação com as ameaças nucleares, os impactos das mudanças climáticas e o uso irresponsável da inteligência artificial.
A atualização do Relógio do Juízo Final é feita anualmente por um grupo de 18 cientistas nucleares do Boletim dos Cientistas Atômicos, organização fundada em 1945 por Albert Einstein.
Nos últimos dois anos, o relógio havia marcado 90 segundos até a meia-noite, mas agora, em 2025, foi ajustado para refletir a piora em questões globais como a guerra na Ucrânia, o agravamento da crise climática e o risco de uso militar de tecnologias emergentes.
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“Os fatores que influenciaram a decisão deste ano – risco nuclear, mudanças climáticas, possíveis usos indevidos da ciência biológica e novas tecnologias como a inteligência artificial – não são novidades. No entanto, vimos poucos avanços para enfrentar esses desafios, e, em muitos casos, a situação está piorando”, afirmou Daniel Holz, presidente do Conselho de Ciência e Segurança do Boletim.
O Boletim também destaca que a desinformação, as fake news e as teorias da conspiração são outras ameaças que agravam ainda mais o cenário global. A guerra entre Rússia e Ucrânia e a retirada dos Estados Unidos (EUA) do Acordo de Paris são citadas como fatores críticos na avaliação dos cientistas.
Além disso, a possibilidade de conflitos nucleares envolvendo potências como EUA, Rússia e China também contribui para a atualização do relógio.
Com o relógio cada vez mais próximo da “meia-noite”, os cientistas alertam para a necessidade urgente de ações concretas. Eles fazem um apelo aos líderes mundiais para que assinem tratados de não-agressão, reduzam seus arsenais nucleares e se comprometam de maneira efetiva no combate às mudanças climáticas.
O Relógio do Juízo Final foi criado após a Segunda Guerra Mundial como um símbolo dos riscos nucleares que ameaçam a humanidade. Seu ponto mais distante foi em 1991, quando marcou 17 minutos para a meia-noite, após o fim da Guerra Fria. Porém, desde 2023, a tensão mundial tem levado os ponteiros cada vez mais para perto da destruição, refletindo um cenário global cada vez mais volátil.