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“Ruído, Uma Falha no Julgamento Humano”

Foto: divulgação

Por: Emílio Da Silva Neto

30/01/2025 - 14:01 - Atualizada em: 30/01/2025 - 15:48

Dia destes, o Governador de SC, Jorginho Mello, elogiou, em um evento em Pomerode, a cidade de colonização pomerana (de imigrantes de Pommern-Königreich Preußen/ Prússia, antes Alemanha, atualmente Polônia) e citou a cor da pele (“bem clara”) das pessoas de lá.

Num já, o Presidente do PT em SC, Décio Lima, solicitou ao Ministério Público, a apuração da fala “indevida” do mandatário estadual, considerada por ele “preconceituosa”, “racista” (em detrimento das raças negra e parda), em uma cidade que tem 80% de população branca.

Eis um claro exemplo de provocação de “ruído”, neste caso para influenciar a opinião pública contra alguém.

Quando saí do Brasil, pela primeira vez, em 1976, para morar na Alemanha, eu estava bem moreno, por ser temporada de praia e eu ter abusado de bronzeadores (naquela época não havia protetores solares).

De cara, fui confundido com turcos e, mais adiante, com o retorno à pele mais clara, fui considerado iugoslavo, tcheco e romeno, todos “Gastarbeitern”, operários do leste europeu, que vieram suprir a falta de homens nas indústrias, pós 2ª Grande Guerra (quando morreram 5,3 milhões de homens). Era gente que vivia em guetos, locais onde as minorias eram segregadas do resto da sociedade. Mais um exemplo de “ruído” causado pela cor da pele, como que significando inferioridade racial.

Ainda, quando fui pedir a minha (ex) esposa em casamento, o pai dela (um germânico conservador), ao me receber (eu, “caboclo”, Da Silva, baixinho), senti que tinha que me blindar ao “ruído” presente, quando, então, deslanchei o meu alemão fluente e aí … tudo deu certo.

Enfim, mesmo que a primeira impressão teime em ficar, há também a segunda, a terceira e outras seguintes que podem se diferenciar depois de uma convivência, em que se oportuniza a mitigação dos efeitos dos “ruídos”.

No livro RUÍDO, UMA FALHA NO JULGAMENTO HUMANO, “ruído” é definido como
“variação indesejada” em julgamentos que deveriam ser idênticos ou parecidos.

Assim como “ruídos” afetam na avaliação de pessoas, eles intercedem fortemente, também, na maneira de pensar e tomar decisões, tema este, objeto do livro “Ruído, Uma Falha no Julgamento Humano”, escrito pelos maiores especialistas do mundo em pensamento estratégico e autores dos best-sellers “Rápido e Devagar” e “Nudge”.

No livro, Daniel Kahneman, Olivier Sibony e Cass R. Sunstein mostram que o “ruído” tem efeitos prejudiciais em muitos campos, incluindo medicina, direito, saúde pública, previsão econômica, ciência forense, proteção à criança, avaliações de desempenho e seleção de pessoal. Infelizmente, contudo, indivíduos e organizações frequentemente ignoram seu impacto, a um grande custo.

Eis um exemplo citado no livro de sobre julgamentos que deveriam ser idênticos: imagine que dois médicos, na mesma cidade, façam diagnósticos distintos a pacientes com o mesmo problema ou que dois juízes, no mesmo tribunal, deem sentenças diferentes a pessoas que cometeram o mesmo crime.

Sim, suponhamos que este mesmo médico e este mesmo juiz tomem decisões diversas, dependendo se é manhã ou tarde, segunda-feira ou quarta-feira, antes ou depois do almoço. Estes são exemplos de “ruído”: “variabilidade em julgamentos que deveriam ser idênticos”.

Em resumo, o livro demonstra que o “ruído” é uma falha comum no julgamento humano e que a minimização de seus impactos em opiniões e decisões pode ser alcançada através da qualificação de processos de análise, eventual uso de tecnologias para maior controle de variáveis, abordagem mais científica e objetiva, bem como, implementação de sistemas de revisão de decisões anteriores.

Em minha opinião, há que se ter um cuidado especial, ainda, com a intuição, pois esta, embora útil em muitos casos, é fortemente vulnerável ao “ruído”, especialmente em situações imprevisíveis ou com alta pressão emocional. Sim, a intuição, muitas vezes inconsistente, pode levar a resultados erráticos.

Afinal, hilariamente, “a primeira impressão é a que fica” … só até que se derrube o café na pessoa … aí, a impressão será outra !!! … rsrsrs …

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Emílio Da Silva Neto

Consultor especializado em profissionalização, governança e sucessão empresarial familiar. Com vasta experiência, Emílio da Silva Neto é PhD/Dr.Ing, Pós-Doc, Industrial, Consultor, Conselheiro, Palestrante, Professor e Sócio da 3S Consultoria Empresarial Familiar. Redes sociais: emiliodsneto | www.consultoria3s.com