Em um mundo cada vez mais acelerado, polarizado e imediatista, onde o tempo parece escapar por entre os dedos, o trabalho do Centro de Valorização da Vida (CVV) de Jaraguá do Sul, que há 20 anos atua de forma incansável no apoio emocional e prevenção ao suicídio, se mostra como um farol de esperança. A média de 15 mil atendimentos anuais é um dado alarmante, que escancara a urgência de ações para enfrentar um problema que, embora muitas vezes silencioso, afeta milhares de pessoas em nossa comunidade.
As razões para a crescente procura por apoio emocional são múltiplas: solidão, ansiedade, sobrecarga e a falta de unidade social, intensificada por uma lógica que exige desempenho constante, mas oferece pouco suporte emocional. Nesse cenário, a atuação do CVV, com atendimento 24 horas por dia, pelo número 188, ganha um protagonismo essencial, ao executar uma escuta ativa, como gesto de humanizar aqueles que se sentem invisíveis. Contudo, esse esforço não pode ser sustentado apenas por voluntários.
É urgente envolver a sociedade civil, escolas, empresas e o poder público em uma rede consistente de prevenção. Campanhas educativas que promovam o diálogo sobre saúde mental são fundamentais para romper tabus e preconceitos, permitindo que as pessoas se sintam confortáveis para buscar ajuda. A criação de grupos de apoio nas escolas e nos ambientes de trabalho também pode ajudar a identificar sinais de alerta antes que situações críticas se agravem. Para reverter esse grave problema de saúde pública, é necessário investir na construção de uma cultura da empatia, tão escassa nos dias de hoje.
Isso começa com cada um de nós, ao reconhecermos a importância de ouvir sem julgamentos e de estarmos presentes para quem precisa. O CVV simboliza uma atitude que todos podemos adotar: o acolhimento como forma de salvar vidas. A Rede OCP de Comunicação está junto nessa causa, e na próxima edição, em consonância com o “Janeiro Branco”, falaremos sobre saúde mental.