Sabes aquela conversa de cafezinho, conversa que não leva a nada? Essa mesma. Ontem tomei um desses cafezinhos com uma ex-colega de televisão. Pois não é que a conversa valeu a pena! Falando dessas psicologias do cotidiano, lá pelas tantas, a colega me perguntou: – “Prates, tu és um cara apegado”? Respondi que sim, muito apegado. A leitora sabe que apego é uma neurose séria, ela embaraça nossa vida ao deixar-nos presos a vivências passadas. Os apegos que vivemos hoje não costumam ser notados, mas os apegos ao que passou são danosos à vida, afinal, o que passou, passou. Nunca mais. Ocorre que os nossos apegos são diante de vivências que foram importantes para nós e que hoje são apenas lembranças. Claro que tudo na vida é passageiro, nada existe para ficar eternamente. Aliás, dizendo isso, lembro-me de uma feita de estar na presença de um consagrado iatista gaúcho, cara jovem, e que no dia em fui visitar a família dele o iatista estava jogando no lixo, literalmente, no lixo, as dezenas e dezenas de medalhas que ele tinha ganhado em competições. Ele amorteceu o meu espanto dizendo que aquelas medalhas foram importantes no momento em que ele venceu provas, hoje elas eram meros latões… Era assim que ele via as medalhas. No meu caso, eu ficaria com elas para todo o sempre, um apego estúpido. O que quero deixar claro, leitora, leitor, é que apegos nos minam a saúde, a começar pela saúde mental. Suspiros, olhares para o passado, lágrimas de qualquer sorte são processos inúteis, gravemente danosos à vida. O que passou, passou? Sim, o que passou, passou, mas… Para muitos, e estou nesse barco, não passou. Sei que é danação, Buda, se fosse vivo, me mandaria às favas, ele foi o maior pregador contra os apegos. E vem dessa filosofia a importância do vivermos totalmente o “aqui e agora”, não temos mais nada senão este momento e este lugar. O passado bateu asas e voou e o futuro é uma mera imaginação, poderá ser, poderá não ser, e mais das vezes não será… A vida tem três tempos: o ontem, o hoje, e o amanhã. Só podemos viver no hoje, todavia… Acabei de puxar com toda a força as minhas orelhas…
COITADA
Penso que, salvo em casos de acidentes, fazer reparações na cara é uma leviandade, mas porteira aberta para os que desejam. Acabo de ler esta manchete, jornal gaúcho: – “Paciente afirma que perdeu paladar e olfato após cirurgia plástica”. E desabafa: – “Nunca mais vou ter o nariz de antes. Eu não tenho mais vida social, estou afastada do trabalho”. Detalhes e detalhes. Tudo porque ela não gostava do nariz que tinha. E agora o ama…
ELA
Ela quem? Não lhe digo o nome, digo apenas que ela foi e é a mais famosa, rica e “eterna” mulher brasileira das passarelas. Incontáveis vezes lhe “sugeriram” dar um jeitinho no nariz, ela nunca deu espaço para essa tolice na vida dela. Está ativa, ainda que já se tenha retirado das passarelas, podre de rica, famosa e bem-sucedida na vida, tudo isso com… O narizinho que incomodava a muitos. Aplausos, guerreira!
FALTA DIZER
Ela foi manchete esta semana: – “Musa dos anos 90 vende empadinhas na rua (SP) e diz que está em paz com ela”. Está com 53 anos, foi muito bonitinha, era uma musinha de tevês e tudo o mais, porém esqueceu do meu conselho: pensar no futuro e fazer poupança, com isso, mais em paz na velhice… Esqueceu.