Donald Trump assumirá um segundo mandato como presidente dos EUA partir das 14h de Brasília (meio-dia no horário de Washington D.C.) desta segunda-feira (20), após derrogar em novembro a democrata Kamala Harris nas eleições nacionais. A expectativa para a cerimônia é tão alta que, nos últimos dias, provocou uma verdadeira corrida para a aquisição de convites entre empresários.
A contribuição de grandes corporações também atingiu níveis sem precedentes – quase US$ 400 milhões – com a esperança de melhoria na economia e em outras áreas prioritárias para o republicano, como a imigração.
Trump defendeu nos últimos meses uma série de decretos envolvendo a segurança fronteiriça, deportações, combate a políticas woke, aplicação de tarifas nas importações, desenvolvimento energético e outros temas que integram sua nova agenda.
O escolhido para assumir a Casa Branca pelos próximos quatro anos pretende lançar muitas destas medidas já no dia de sua posse, nesta segunda-feira. Na véspera do evento de Estado, aliados de Trump afirmaram que têm preparado um conjunto de ordens executivas que o mandatário poderá assinar rapidamente sobre uma ampla gama de questões.
Desde a campanha presidencial, Trump vem defendendo que no primeiro dia de mandato pretende declarar emergência nacional para aplicar seu projeto de deportação em massa de imigrantes ilegais localizados no território americano.
O republicano tem contado com o apoio de seus escolhidos para o governo, a fim de obter recursos federais e apoio no Congresso para tal iniciativa sair do papel.
Esse plano defende ainda a realocação de tropas militares e a conclusão do muro na fronteira EUA-México e a construção de instalações de detenção adicionais do Immigration and Customs Enforcement (ICE, na sigla em inglês), até a confirmação de deportação dos estrangeiros. Tudo isso tem um valor estimado de US$ 100 bilhões, de acordo com senadores republicanos que apoiam o pacote para a imigração.
Além disso, em novembro, o presidente eleito dos EUA anunciou a intenção de aplicar tarifas contra o México e Canadá se os países não concordarem com as políticas migratórias dos EUA. Essas imposições tarifárias podem chegar a 25% sobre as importações.
“Em 20 de janeiro, como uma das minhas muitas primeiras ordens executivas, assinarei todos os documentos necessários para cobrar do México e do Canadá uma tarifa de 25% sobre TODOS os produtos que entram nos Estados Unidos e suas ridículas fronteiras abertas”, escreveu Trump na rede Truth Social, naquele mês.
Anistia aos envolvidos na invasão do Capitólio
No mês passado, o presidente eleito declarou que concederá perdão a manifestantes envolvidos na invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021. “Vamos fazer isso muito rapidamente, e vai começar na primeira hora em que eu entrar no cargo”, prometeu o republicano, enfatizando que a anistia seria destinada somente àqueles que ele considera “não violentos”.
“A vasta maioria não deveria estar presa e sofreu gravemente”, acrescentou em entrevista à revista Times, naquela ocasião.
Cerca de 1.500 presas por participação no ato foram acusadas e mais de 900 foram condenadas, segundo dados da Procuradoria Distrital de Columbia, em agosto do ano passado.
A promessa não é uma novidade na campanha de Trump, que já havia deixado clara sua disposição de conceder o perdão antes mesmo de se tornar o candidato oficial do Partido Republicano.
Novas frentes de tensão com a China
EUA e China enfrentam novas frentes de tensão, nos últimos dias, sendo a mais recente a possível proibição do Tiktok no país, como resultado de uma lei de iniciativa do governo Biden que recebeu apoio no Congresso e na Suprema Corte.
A legislação deu à ByteDance, dona da rede social, nove meses para vender as operações do TikTok nos EUA a um investidor que não fosse considerado um “adversário” do país, o que não foi concretizado.
Trump disse na sexta-feira (17) que tomará uma decisão sobre o destino da rede social TikTok no país “em um futuro não muito distante”, mas não deu pistas sobre as opções que está considerando para que a plataforma continue operando.
“A decisão da Suprema Corte era esperada, e todos devem respeitá-la. Tomarei minha decisão sobre o TikTok em um futuro não muito distante, mas preciso de tempo para analisar a situação, fiquem atentos!”, escreveu em sua rede social, a Truth Social.
* Com informações da Gazeta do Povo.