Folhando uma edição antiga da revista Seleções, dei de cara com uma frase curta, milenar e, para mim, altamente discutível. Daquelas frases de ficarmos boas horas, um drinque atrás do outro, tentando chegar a um acordo sobre o sentido dela. A frase diz simplesmente que – “Conhecimento é poder”. Antes de tudo, o que é conhecimento? Só essa pergunta já nos faz atravessar a noite, o que é conhecimento? Muitos vão dizer que conhecimento é saber muito de muitas coisas, é ter estudado de modo variado e constante sobre todas as ciências, por aí… Será? Será que quem pensou essa frase pela primeira vez pensou assim, como acabei de falar? A frase é bem discutível. Conheço pessoas absolutamente analfabetas, idosas, pessoas que vieram de famílias paupérrimas, todavia, são pessoas elevadas, nobres nas condutas, bondosas, sábias sem jamais terem lido um livro. Como se explica? E conhecemos pessoas com rútilos diplomas na parede, dinheiro folgado no banco, pessoas exibidas, muitas até “eleitas” pelo povo e que se caírem num gramado ficam pastando… E aí, como se explica? Conhecimento é poder em certas áreas da sociedade capitalista consumista, fora disso, nada feito. Conhecimento é ter uma intuição natural sobre os valores da vida, sobre nossa transitoriedade na Terra, sobre o único bem de que podemos desfrutar: o aqui e agora. Fora disso é apego a um passado que não voltará ou temor de um futuro de igual modo apenas temido, imaginado, sonhado, nada garantido. A palavra “conhecimento” tem vários sinônimos, mas para mim uma pessoa com “conhecimentos” é aquela que conhece as bases, as raízes do respeito, que vive em paz com pouco, mas o seu suficiente, pessoa, enfim, que anda nos trilhos da decência. Aliás, todos poderíamos viver uma vida mais calma, mais alegre, sem muitas dores se não ficássemos esperando para entrar na fila dos levianos, dos exibidos, dos agressivos, da maioria, enfim. Conhecimento pode ser confundido com saberes das ciências, mas também pode ser sabedoria no sentido mais elevado, metafísico mesmo. E quem não pode? Nascemos sem qualquer carimbo para este ou aquele lado, para esta ou aquela simpatia, todavia, nos condicionam, desde o berço, a ser mais um bobão a correr atrás de diplomas e status, deixando a sabedoria de viver em paz para quando o desespero nos bater à porta. Será tarde.
RECATO
As pessoas se revelam por todos os poros. Esta semana, num sofisticado restaurante na praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, dois velhos entraram só de sunga para almoçar. Foram “educadamente” advertidos pela direção do restaurante a vestirem-se. Será que os velhos não sabiam disso? Agora é assim, mulheres entrando quase de calcinhas e sutiãs em aviões, vejo isso quase todos os dias no aeroporto de Florianópolis. Aí, quando alguém engrossa o caldo, ah, é preconceito, isso e aquilo. Gentalha.
VISITAS
Santo Deus, todo ano por estes dias o mesmo assunto: visitas. Visitas precisam de consciência, respeito, disciplina e mão no bolso… Não é chegar para ficar alguns dias na casa de amigos ou parentes e nem se coçar nas ajudas e nos respeitos. Sem essa de “somos visitas”, visitas que vêm para passar alguns dias precisam se coçar, ajudar nas despesas e em tudo o mais. Certo? Acho bom!
FALTA DIZER
Provem. Acabo de ler que sete entre 10 praias catarinenses estão limpas para banhos. Provem. Melhor é ser prudente e não cair em balelas, quem tem um pouco mais de informação sabe das sujeiras jogadas no mar, ô, se sabe. Não é mesmo, Floripa?