A cor da tradicional indumentária do bom velhinho, saindo do tradicional vermelho para incorporar cores como amarelo, verde, dourado, lilás, cor-de-rosa roxo, preto, etc, reflete mais do que uma escolha estética. Atualmente ela retrata as já desgastadas tensões político ideológicas que permeiam a sociedade brasileira. A politização de um símbolo tão universalmente aceito lançou o Papai Noel na insana vala do extremismo.
No contexto de sociedades cada vez mais polarizadas, até figuras simbólicas podem ser vistas como representações de “bolhas”, “posições” ou “lados”. Alterar as cores do Papai Noel, que historicamente simboliza união e generosidade, pode ser lido como uma forma de intensificação da já exacerbada divisão social, ou uma tentativa de adaptação a demandas políticas contemporâneas.
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No entanto, ao politizar ou despersonalizar uma figura carregada de simbolismo como o Papai Noel, busca-se na verdade, desviar sua essência. Em vez de ser um símbolo de celebração, união e generosidade, ele passa a ser visto como um reflexo de disputas e disseminação do ódio.
No fundo, essa atitude é o retrato do momento turbulento em que vivemos: um mundo onde tudo parece estar sujeito à disputa de narrativas, até mesmo aquilo que antes era considerado neutro e universal. Isso sugere a necessidade de repensar o que desejamos preservar como patrimônio simbólico comum e quais mensagens estamos dispostos a associar aos nossos ícones culturais.