A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a taxa de cesarianas fique em torno de 15%, percentual considerado ideal para equilibrar a segurança da mãe e do bebê.
No Brasil, porém, esse número chega a 56%, quase o quadruplo do recomendado, colocando o país entre os líderes globais no uso dessa intervenção cirúrgica. Em redes particulares, os índices ultrapassam 80%, evidenciando um fenômeno multifatorial.
A cesariana é indispensável em situações de risco, como problemas na placenta, sofrimento fetal ou pré-eclâmpsia. No entanto, quando realizada sem indicação médica, pode trazer complicações, como infecções, hemorragias, recuperação mais lenta para a mãe e problemas respiratórios para o bebê.
Esse cenário preocupa especialistas, pois a alta taxa de cesáreas muitas vezes reflete a preferência dos profissionais, conveniência logística e falta de informações claras para as gestantes sobre os benefícios do parto normal.
Para mudar essa realidade, é necessário incentivar práticas de parto humanizado, oferecer maior apoio às mulheres durante o pré-natal e promover uma abordagem multidisciplinar que respeite suas escolhas, mas com base em evidências científicas. Diminuir a taxa de cesarianas desnecessárias é um desafio, mas essencial para melhorar os indicadores de saúde materna e infantil no Brasil.