Promover uma necessária reflexão sobre eventos trágicos da história humana: o nazismo na Europa e a escravidão de povos africanos no Brasil, dois episódios que advertem sobre a desumanização e a importância da memória histórica para evitar que tais atrocidades se repitam. Com esse intuito, na manhã de segunda-feira (4) ocorreu no Museu Emílio da Silva, a abertura de uma exposição que une os projetos “Faces of Auschwitz” e “Escravidão no Brasil”.
A mostra, que se estende até o dia 5 de dezembro e tem entrada gratuita, é uma parceria com o Museu do Holocausto, de Curitiba, e traz a Jaraguá do Sul as impactantes obras da artista mineira Marina Amaral (@marinaarts), reconhecida internacionalmente por sua técnica inovadora de colorir fotografias históricas.
“Ambas as situações mostram a capacidade humana para infligir dor e sofrimento ao outro, mas também nos convidam a refletir sobre como esses horrores se manifestam de maneiras diferentes. Enquanto o Holocausto foi um ato de genocídio em massa focado na eliminação total de um povo, a escravização foi uma exploração prolongada que se sustentou por meio do racismo institucionalizado e da opressão contínua. Esses dois fatores lamentáveis nos lembram da importância da memória histórica”, salienta a chefe dos Museus Municipais de Jaraguá do Sul, Ivana Cavalcanti.
“Tanto o Holocausto quanto a escravidão precisam ser lembrados para que possamos construir sociedades mais justas, respeitosas e equitativas. Celebrar a resistência e as histórias de sobrevivência é fundamental para honrar a memória daqueles que sofreram. O processo criativo de Marina Amaral envolve uma minuciosa pesquisa histórica, permitindo que as imagens ganhem uma nova dimensão, tanto como documentos históricos quanto como veículos de memória. Ao dar cor a essas fotografias, a artista resgata o passado, mantendo vivas as lembranças de momentos de resistência e luta, impedindo que sejam esquecidos”, completa Ivana.
Mês da Consciência Negra
O Brasil foi o último país do Ocidente a abolir a escravidão. Em seu discurso, o prefeito Jair Franzner destacou que a abertura da exposição dá início ao mês da Consciência Negra, um momento de reflexão e celebração. “É uma oportunidade de reconhecermos a importância da história dos negros em nossa sociedade, nos convidando a olhar para o passado, a lembrar das lutas e injustiças enfrentadas por nossos ancestrais. É um momento para celebrarmos a resistência, a força e a riqueza da cultura afro-brasileira”.
Franzner agradeceu a parceria do Museu do Holocausto com o Museu Emílio da Silva e anunciou que no feriado do dia 20 de novembro – Dia da Consciência Negra – será realizado um evento festivo na Via Verde. Ele também convidou a comunidade afro-descendente de Jaraguá do Sul para participar dos preparativos para a comemoração dos 150 anos do município, que serão comemorados em 25 de julho de 2025.
Para grupos que desejam visitar a exposição e também para monitoria é necessário agendar pelo e-mail: [email protected].
Serviço
Exposição: Faces of Auschwitz/Escravidão no Brasil;
Data: 4 de novembro a 5 de dezembro de 2024;
Local: Museu Histórico Emílio da Silva, Jaraguá do Sul;
Entrada: Gratuita.