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Enem: Como controlar a ansiedade e o medo do exame

Por: Priscila Horvat

01/11/2024 - 19:11 - Atualizada em: 01/11/2024 - 19:40

Com a aproximação do Enem, muitos estudantes enfrentam um turbilhão de emoções. A pressão para escolher uma profissão em uma idade tão jovem pode gerar angústia, ansiedade e confusão mental.

Para entender melhor esses sentimentos e como gerenciá-los, entrevistamos a psicanalista Rachel Poubel, que compartilhou suas perspectivas sobre o emocional dos jovens durante este período desafiador.

Sentimentos à flor da pele

De acordo com Rachel, “a pressão de ter que escolher uma profissão numa idade tão jovem faz com que esses adolescentes sintam diversos sintomas como angústia, pensamento acelerado, ansiedade, medo e muitas vezes uma confusão mental muito grande.” Essa fase de transição, onde os jovens não são mais crianças nem adultos, intensifica a ansiedade, tornando o Enem um desafio emocional significativo.

Sintomas de ansiedade

A ansiedade se manifesta de várias formas nos estudantes. “Uma prova como essa mexe com o emocional da pessoa antes e depois por ser um exame muito extenso, que demanda muito esforço do estudante,” explica Rachel.

A adolescência, por si só, já traz muitas dúvidas e sofrimento, porque o jovem não é mais criança e nem adulto, então é uma fase de transição que gera muita ansiedade. Os sintomas mais comuns incluem acne, hábito de roer unhas, insônia, tristeza profunda, sensação de incapacidade e até crises de pânico. “Estudar para um exame que pode ser definitivo para a vida do adolescente aumenta esses sintomas drasticamente”.

Rachel destaca que muitos jovens tomam decisões sobre suas profissões sem estarem emocionalmente prontos.

“O cérebro humano só completa sua formação física por volta dos 25 anos. Então, muitas pessoas tomam a decisão da profissão que vai escolher, da faculdade que vai fazer, sem ter essa parte comportamental pronta, e acaba sendo uma decisão imatura, baseada em pressão familiar ou na busca por estabilidade financeira, ao invés de um amor genuíno pela profissão”, explica a profissional.

Estratégias de controle

Para ajudar os estudantes a controlarem a ansiedade, Rachel recomenda técnicas simples, como “técnicas de respiração e uma rotina de exercícios físicos de, no mínimo, 20 minutos por dia”.

A atividade aeróbica não precisa ser de alta intensidade, uma caminhada já ajuda nesse ponto de despertar os hormônios de prazer no organismo para aliviar a ansiedade e fazer esse jovem dormir bem.

Além disso, o apoio familiar é essencial. “É fundamental observar o comportamento do estudante e evitar ser um fator de pressão excessiva”. Ela recomenda que os pais e familiares próximos deem suporte, que pode ser, por exemplo, oferecendo uma alimentação saudável e momentos de distração, além de “coisas que façam com que esse jovem não fique pressionado em 100% do tempo”, indica.

A psicanalista também sugere que os estudantes mantenham uma rotina de meditação guiada de pelo menos sete minutos e bebam bastante água.

“Perder noites de sono para estudar mais não resolve o problema e acaba piorando a situação”, alerta Rachel. A profissional ainda enfatiza a importância de fazer intervalos durante o estudo para melhorar o desempenho geral.

“Quando estiver estudando, o jovem precisa fazer intervalos de cinco a 10 minutos a cada hora estudada. Sem esses intervalos, a pressão é muito grande e o cérebro não guarda a informação, ou seja, o estudante vai forçar a mente e não vai reter o conhecimento”.

Definindo expectativas realistas

É preciso entender que oo Enem não é resultado de apenas os últimos meses de estudo, mas sim da dedicação de anos anteriores e, por isso, o estudante precisa ser realista quanto ao seu desenvolvimento durante toda a idade escolar, e o quanto ele se dedicou para essa preparação desde o início da sua formação.

Isso ajuda a evitar a pressão excessiva que pode surgir nos meses que antecedem a prova.

“Estudar com responsabilidade, tendo intervalos, é o mais prudente e saudável para a mente”.

Um último conselho

Para aqueles que se sentem sobrecarregados ou desmotivados, Rachel oferece um conselho valioso: “Não espere a motivação do outro. É importante que o estudante tenha consciência de que seu desenvolvimento depende dele mesmo, não apenas para a prova, mas para a vida”, finaliza a profissional.

A melhor forma de lidar com todas as emoções deste período da vida é buscar o equilíbrio emocional, e o ideal é que os estudantes adotem práticas que colaborem com a saúde mental. Com o apoio adequado e estratégias certeiras, é possível enfrentar o desafio do Enem com mais confiança e menos ansiedade.

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