Sem política fiscal eficiente, Brasil paga preço alto

Foto: divulgação

Por: Antídio Aleixo Lunelli

01/11/2024 - 11:11 - Atualizada em: 01/11/2024 - 16:04

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Entrei na política porque a ineficiência da gestão pública, a falta de respeito ao dinheiro público, a burocracia e o peso crescente dessa conta nas costas de quem trabalha e quem empreende me geravam bastante revolta. E, na verdade, ainda geram porque o roteiro da ineficiência e incompetência na gestão pública, infelizmente, continua sendo realidade. E uma realidade cruel.

Um alerta do Fundo Monetário Internacional prova essa minha análise. Segundo o FMI, a dívida bruta brasileira deve aumentar mais de 10 pontos percentuais ao longo do mandato do presidente Lula. A previsão é de que, com Lula, a dívida pública passará de 83,9% do PIB, no fim de 2022, para 94,7% do PIB, em 2026. Um aumento de mais de 10%. E até 2029, a dívida chegará a 97,6% do PIB.

O PIB brasileiro hoje é de 10,9 trilhões de reais, logo, estamos caminhando para que a dívida do governo seja quase 100% desse valor. Isso é matemática. Quanto mais o governo deve, mais as taxas de juros sobem e sobem porque vai ficando difícil acreditar que o governo terá dinheiro para pagar a dívida. Por conta disso, vivemos um clima de especulação, de incerteza, porque ao invés de reduzir despesa, o governo gasta e gasta muitas vezes sem critério.

E a conta, como sempre, é a sociedade, – o trabalhador e o empresário – quem vão pagar. O que temos visto na economia, com esse aumento exorbitante da dívida pública, é um fracasso total da política fiscal. Mais uma vez, o PT vai deixar para os brasileiros uma herança de dívida.

Aliás, a relação entre dívida e PIB é um indicador importante para medir a seriedade de um país e comparar sua situação a de outras nações. E o que temos visto em diversas partes do mundo também é preocupante.

A receita mais segura seria apostar na credibilidade e na transparência das políticas fiscal e monetária. Mas, claramente, não é isso que acontece no Brasil.

Como prefeito, enfrentei muitos desafios para virar a chave, mas conseguimos, e isso me fez ver, com ainda mais clareza, que é possível fazer diferente. Mas, infelizmente, continuamos pagando uma conta absurda pelo descaso de uma parcela dos políticos com o povo brasileiro.

Se não colocarmos em prática uma política fiscal rigorosa, que proteja as famílias mais vulneráveis e não prejudique o crescimento, os ajustes necessários terão de ser bem mais duros no futuro. E o povo brasileiro vai sofrer ainda mais.

É necessário, agora, mais do que nunca, impedir que a profecia do FMI se realize e que a dívida pública consuma todas as nossas riquezas, isso requer alinhamento entre as políticas fiscal e monetária.

Precisamos de governantes que estejam verdadeiramente preparados para administrar o dinheiro do povo, ou teremos que trabalhar cada dia mais apenas para sustentar uma máquina pesada e ineficiente.

 

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