As festas de fim de ano e férias estão chegando e já é preciso organizar a viagem, ainda mais se for com toda a família, inclusive o pet. O termo pet friendly está na moda e é usado de uma forma que pode confundir e gerar frustrações para quem espera uma coisa e ganha outra.
Ao partir da realidade que nem todos os lugares que recebem pets estão realmente preparados, “é essencial prestar atenção e tomar cuidado com os diferentes níveis de hospedagens pet friendly. Atualmente identificamos três níveis de hospedagens: as que aceitam pets, as que são pet friendly e as que são feitas para os pets”, ressalta Ana Luiza Russo, palestrante, especialista em turismo pet friendly e proprietária da Villa Ayê, uma pousada feita para pets e seus humanos.
Para a especialista o “aceita pet” é o mais perigoso para todos os envolvidos. Nele, o estabelecimento permite pets só para não perder clientes e, geralmente, não entende de comportamento animal, não tem preparo para receber o público pet (sem comunicação, sinalização e segurança adequados) e não sabe lidar com as demandas dos tutores.
Além disso, ela exemplifica que podem existir conflitos frequentes entre clientes com e sem pets, “o que deixa todos descontentes”, ou então, pode haver uma série de regras confusas, como as informações de que o estabelecimento só recebe pets de pequenos portes, ou eles só podem estar no recinto se estiverem no colo, etc.
Em geral, as hospedagens trabalham com o público misto, ou seja, recebem clientes com e sem pets. No mundo ideal, elas deveriam estar preparadas para isso: entender o público pet e ter comunicação, segurança e higienização adequados.
“A empresa também precisa ter uma equipe treinada para atender pets e resolver conflitos, ter regras claras, objetivas e amigáveis”, elenca a profissional. Locais assim se enquadram no padrão “pet friendly”, onde os proprietários vão buscar esta profissionalização através de consultorias ou cursos específicos do mercado pet.
Vale ressaltar que a maioria pet friendly são, na verdade, dog friendly, ou seja, recebem somente cachorros.“Neste nível, as empresas estão sempre se esforçando e se aperfeiçoando para receber com segurança, carinho e profissionalismo os públicos mistos, ampliando assim o seu leque de clientes”, diz Ana Luiza.
E, ainda tem o “feito para os pets, mas aceita humanos”. Hotéis e pousadas assim são bem nichados, são focados nas famílias “multiespécies”, compostas de humanos e pets de todos os tipos, raças e portes. Nesses casos, o pet é o cliente principal e os humanos são os acompanhantes, e tudo é pensado para o conforto, bem-estar e segurança dos pets.
“Vale pesquisar muito sobre o estabelecimento antes de fechar a reserva, entrar nas redes sociais, tirar todas as dúvidas para evitar possíveis aborrecimentos durante a viagem. Perguntas básicas sobre segurança, acomodações e regras são essenciais”, sugere a especialista.
Se tiver um selo pet friendly, melhor ainda. Já fica a dica para se programar também com antecedência e conseguir realizar as reservas com folgas.