Qual o erro que é perigoso? Muitos, muitíssimos, mas… Há um que talvez esteja entre os piores erros humanos. Acontece que a pessoa se sente amuada da vida, sente-se sozinha, ainda que cercada por familiares e até amigos, mas a pessoa vive inquieta. Dessa inquietação nasce um pensamento muito errado. E esse erro é procurar por um amor. Fico com vergonha de tratar desse assunto tantas foram as vezes que dele tratei. Mas é aquela coisa, o ser humano diz-se moderno, digital, encantado pela enganosa inteligência artificial, porém continua a viver as mesmas agruras de Adão e Eva no paraíso: será que ele gosta de mim? Será que ela gosta de mim? E, claro, entre os angustiados da modernidade há os incontáveis desertos do Saara afetivos, sentem-se sós. Esse sentimento faz a pessoa, por maioria, buscar um amor e quem busca amor se ferra, corre um risco altamente perigoso. Já falei aqui que quando queremos ver alguma coisa, vemos. A predisposição altera a percepção. O cara não vale nada, é um traste, mas ela está sozinha e acha-o um encanto. Vai se ferrar. Ou ele se acha sozinho e pensa que a mulher que ele acaba de encontrar é a fada que ele procurava. Trouxas, amor não se procura. Quem procura por amor o que mais vai encontrar são “vultos para falsamente desentupir o seu ralo entupido”. E quando os apressados do amor se casam, casam depois da pressa e do grave engano da paixão, acabam se esvaindo durante pouco tempo na relação. Um dos dois vai desanimar por primeiro, vai perdendo o entusiasmo e achando defeitos na parceria, inevitável. O laço inicial não era amor, era pressa. – “Ah, mas eu não estou nessa, eu a amo ela… Ou eu o amo”. É o que mais dizem, mas a relação vai gelando e gelando, até a ruptura inevitável. Conhecer o outro, a parceria, exige tempo, um tempo que ou vai encaminhar para um grande amor ou para uma inesquecível vivência. Bom, já foi dito que a pressa é inimiga da perfeição, hoje, todavia, esse ditado está no fundo do baú. Tudo é para já… Já para a delegacia ou a cova, raramente para o paraíso do amor.
HORROR
O resultado é um horror, porém bem adequado aos dias de hoje. Dias de pressa, leviandades e desnorteamentos existenciais. Pesquisa da plataforma de negócios e empregos LinkedIn diz que 3 em 4 brasileiros querem trocar de emprego e 48% dos pesquisados querem mais, querem mudar de carreira. Uma pessoa até aos 20 anos tem que saber profundamente o que quer da vida, que trabalho fazer. Quem não souber, nunca vai ser alguém na vida. Nunca.
VIDA
Ninguém quer morrer, grosso modo, todos queremos ser eternos, uma baita estupidez. Estava lendo no livro “Ikigay” sobre japoneses, pessoas idosas bem acima dos 100 anos, mas que vivem em asilos, ficaram sem ninguém para lhes dar um calor familiar. Por melhor que seja o asilo, pobres pessoas, asilos são “salas de espera”, de espera do ponto final. Será que viver desse modo vale chegar aos 100 anos?
FALTA DIZER
Americanos fizeram várias pesquisas, falsas pesquisas. Pegaram influencers com milhões de seguidores e postaram que esses influencers estavam passando por maus momentos na saúde, doentes mesmo e pediram ajuda. As ajudas que receberam foram de orações (da boca pra fora) e votos de de cura. Procurar, bater na porta e oferecer ajuda física e material, nenhum. “Seguidores” do nada e falsos.