Quando nos passa pela cabeça essa frase – ninguém está vendo – geralmente refere-se a algo fora da lei, da decência. De outro modo, a frase ficaria na geladeira dos nossos interesses. Digo isso pensando num velho sonho dos humanos: ler os pensamentos alheios. No dia em que inventarem um chip que nos leia pensamentos, pronto, acabará a vida sobre a Terra, e nós sabemos bem da razão, ô, se sabemos. Digo isso, para lembrar que no futebol todos podem errar, o atacante pode chutar um pênalti para fora, o goleiro pode tomar um “frango”, todos podem errar numa boa, todavia, ai do árbitro que erre. Tanto isso é verdade que inventaram o V.A.R, sigla americana que em português significa Vídeos de Assistência à Arbitragem. Diante de uma dúvida, o árbitro é chamado pelo fone de ouvidos que ele usa dentro do campo e vai ao V.A.R. Verá várias vezes a jogada em que ele errou ou não… Beleza. Um passo à frente para diminuirmos os erros num jogo de futebol, mas… E nós, aqui do lado de fora? Onde está o V.A.R para nos puxar pelas orelhas e nos fazer “rever” várias vezes as nossas ações dúbias ou claramente erradas, intencionalmente erradas? Nunca como hoje os humanos erraram tanto, erros, todavia, conscientes, intencionais. E sem qualquer V.A.R. que bem deviam andar por todas as esquinas das nossas intenções. Ordinários que se alçam a autoridades acham-se poderosos ou então os nadas da vida, mas cheios de dinheiro, pintam e bordam impunes, nenhum V.A.R para as éticas deles. Até quando isso vai acontecer? Até enquanto os honestos estiverem a dormir. Quantos maridos traem as mulheres porque elas não estão vendo? Quantos ordinários, eleitos, enchem os bolsos de dinheiro público tranqüilos na certeza da impunidade do ninguém está vendo? Já incontáveis mamães dizendo ao guri, na rua: – Faz aí, faz aí…! E por que ela não diz à menina, a filha, guriazinha? O aprendiz de babaca pode fazer aí mesmo, afinal, ninguém está vendo ou, pior, mesmo vendo. É esse tipo de “educação” que as famílias, hoje por regra absoluta, passam para os filhos, exatamente no período de molde quando mais as crianças precisam de cordas puxadas. Torço pelo chip leitor de pensamentos, isto é, o fim do mundo…
MALDOSOS
Gurias não as conheço, mas conheço inúmeros guris bandidos, “crianças”. Pintam e bordam e nada lhes acontece, são “crianças”, dizem seus safados protetores. Eu queria ouvir-lhes dizer isso se as vítimas fossem seus animais de estimação ou um filho pequeno. Um guri, de nove anos, mata 23 animais indefesos numa clínica do Paraná e os hipócritas dizem que “não haverá implicações criminais” sobre ele. Ah, isso não pode ficar assim…
REPETIÇÃO
Já falei aqui da pútrida “Educação Positiva”, invenção de pais americanos irresponsáveis. Educação Positiva é aceitar todo tipo de delinqüência de “crianças” e dizer que elas são crianças, que não sabem o que fazem. E dizem ainda que criticá-las, puni-las pelas desobediências ou crimes de saangue não as vai ajudar, vai traumatizá-las, isso sim. Digam isso na salinha dos fundos, hipócritas, omissos da educação. Em educação não se faz poupança, se faz investimentos. Safados, omissos.
FALTA DIZER
Os pombinhos acabaram de fazer um filho? E como estão a ver o futuro desse filho? Nada mais fácil do que fazer filho, nada. Mas se na hora do “bem-bom” não pensarem na severa educação dos futuros filhos, se não lhes puxarem a corda já ao nascer, vão perder o sono no futuro, ah, vão. Aviso dado.