Neste Dia das Crianças, convém uma reflexão sobre o verdadeiro sentido de ser criança em um mundo onde a tecnologia ocupa cada vez mais espaço. Os pequenos, que um dia se aventuravam na chuva, nos quintais, na natureza, e que inventavam os próprios brinquedos, agora estão cercados e intoxicados pela realidade virtual. Isso tem os afastado das experiências reais que alimentam a imaginação e os sonhos. É necessário, mais do que nunca, resgatar a essência da infância, reconectando-a com o mundo real.
A educação saudável começa no brincar de fato. É no simples ato de correr, pular, cair, se ralar, criar mundos imaginários e transformar objetos em aliados de suas aventuras, que as crianças desenvolvem habilidades emocionais e sociais determinantes para o futuro. Precisamos oferecer a elas mais do que tablets e smartphones. Devemos dar o presente da liberdade de explorar, de se sujar e de experimentar a natureza em sua plenitude, longe das amarras do excesso de conectividade.
Os direitos das crianças vão muito além do que está escrito nos tratados internacionais. Eles incluem o direito de sonhar, de serem protegidas contra os perigos do mundo moderno, como o consumo desenfreado de bens e conteúdos digitais, que podem influenciar seus pensamentos e comportamentos. Como sociedade, temos a responsabilidade de guiá-las para um caminho onde o lúdico tenha mais espaço do que as distrações tecnológicas.
Em meio a um cotidiano que se tornou digital, é urgente falar sobre desintoxicação. Afastar as crianças das telas não é punição, mas sim, um ato de amor. Precisamos incentivá-las a brincar ao ar livre, a conviver com outras crianças, a valorizar o toque, o olhar, a palavra falada. É no contato com o outro que elas aprendem o valor da empatia, do respeito e da amizade verdadeira.
Então, que neste Dia das Crianças, nosso maior presente seja o compromisso com um futuro onde elas possam viver a infância em sua essência. Onde seus sonhos sejam alimentados por brincadeiras, pela imaginação e pelo amor, e não aprisionados em uma tela de cristal líquido. Que a proteção que lhes devemos, seja também a de suas mentes, para que possam crescer livres e leves, prontas para transformar o mundo.