Antídio Aleixo Lunelli, deputado estadual
Recentemente, um artigo publicado pelo portal de notícias The Economist, repercutido pelo jornal Estadão no Brasil, destacou um dado que há muito tempo tenho alertado: o tamanho, o peso e a ineficiência da máquina pública, ocasionado pela falta de uma gestão competente dos recursos públicos. A situação é crítica em diversos países do mundo e esbarra justamente naquilo que batemos na tecla sempre: falta de planejamento e visão de futuro.
Como sempre afirmo e é de conhecimento de todos, vivemos em um país rico, produtivo, de gente aguerrida, uma país de dimensões continentais. Santa Catarina, inclusive, é um estado “fora da curva”. Está sempre ocupando os melhores índices: de empregabilidade, segurança, saúde, qualidade de vida e por aí vai. Mas precisamos ir além. Não basta apenas termos recursos, precisamos de gestão qualificada na administração pública, de gente preparada para administrar.
Para ampliar a qualidade de vida de um município leva anos, mas para destruir as conquistas, não precisa de muito. Uma máquina pública que não economiza, que não investe corretamente, que não sabe identificar as prioridades, que não tem projetos de desburocratização, ao invés de servir ao povo, acaba se tornando um peso. E um peso pesado de ser sustentado como vemos hoje acontecer no Brasil, com um Governo Federal que em quase dois anos ainda não promoveu as reformas mais importantes e necessárias. A solução, para quem não faz gestão, é taxar e taxar. Não existe desenvolvimento verdadeiro com projetos tapa-buraco, paliativos. E não existe qualidade de vida sem uma economia forte.
Não tem como querer resultados diferentes, fazendo a mesma coisa sempre. Com as contas públicas, com o dinheiro do povo, com a saúde do povo, não se brinca. E outro detalhe: não existem soluções simples para problemas complexos. Mas quando temos gente preparada, com vontade e coragem de fazer acontecer, as coisas são feitas. Ao ser eleito, por exemplo, para governar o município de Jaraguá do Sul, eu tinha em meu currículo a experiência de ser agricultor, de ser funcionário e, depois, de ser empresário.
Ao assumir a prefeitura me deparei com resistências e muita burocracia. Foi uma luta para conseguir fazer os ajustes que eram necessários. E mesmo sem experiência política nenhuma na época, o que fez a diferença foi, sem dúvida, as minhas quatro décadas de trabalho na iniciativa privada, seguindo o caminho mais difícil, mas que funciona, envolvendo trabalho sério, obsessão por resultados, gestão, planejamento, disciplina, equipe qualificada e investimentos certeiros, feitos com respeito ao dinheiro do povo.
Ajustamos as contas, implementamos reformas administrativas e o resultado inspira diversos municípios até hoje: Jaraguá do Sul se tornou exemplo em transparência, integridade e é presença constante no topo dos principais estudos e rankings que avaliam a qualidade de vida e governança das cidades brasileiras. E agora, pós-eleições, nos preparamos para um novo tempo na gestão dos municípios, tanto no Executivo, quanto no Legislativo.
O apelo é para que as pessoas, as nossas famílias e os nossos jovens se envolvam também na política. Precisamos “virar a chave”, se quisermos ver as coisas acontecerem. É necessário acompanhar, fiscalizar, cobrar, mas também ajudar e propor novas ideias. A gestão pública precisa disso e, como cidadão, o protagonismo está nas nossas mãos também, não apenas nas mãos de quem foi eleito. Elegemos juntos e agora precisamos trabalhar juntos. O futuro, na verdade, é agora.