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Triplo assassinato ocorrido no RS pode ter novo julgamento

Diênifer, 26 anos, Alessandro, 34, e a filha Kétlyn, 15, foram mortos em 2020 Foto: Divulgação

Por: Luana Maia

10/10/2024 - 16:10 - Atualizada em: 10/10/2024 - 16:16

Um triplo assassinato ocorrido no Rio Grande do Sul pode ter um novo julgamento.

O recurso realizado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) no Tribunal de Justiça do Estado (TJRS) pede novo julgamento dos acusados de matar três integrantes da mesma família.

O crime ocorreu em 2020 no Bairro Cohab, em Passo Fundo.

Dois denunciados foram julgados nos dias 13 e 14 de agosto deste ano.

Na ocasião, um dos réus, de 46 anos, que já estava no sistema prisional, recebeu uma pena de 44 anos de prisão em relação a dois homicídios, mas foi absolvido por um dos fatos.

Uma mulher, atualmente com 24 anos e que respondia ao processo em liberdade, foi absolvida por todos os fatos.

Em relação a outros denunciados, houve uma cisão no processo.

O promotor de Justiça Fabrício Gustavo Allegretti, que atuou em plenário na época, já havia informado que iria recorrer.

Isso ocorre, pois, conforme apelação do MPRS, houve nulidades durante o julgamento.

O recurso foi assinado pelo promotor de Justiça Diego Pessi.

Uma delas teria ocorrido durante a votação de quesitos referente a um dos réus, sendo constatada contradição entre as respostas.

Outra nulidade, segundo o promotor, estaria fundada na exibição de um vídeo, pela defesa, que não constava no processo.

Para o MPRS, o recurso de apelação tem quatro fundamentos.

No primeiro, sendo reconhecida uma das nulidades apontadas, o objetivo é que os dois réus sejam submetidos a novo julgamento por todos os fatos.

No segundo fundamento, a instituição entende que pelo menos o réu, anteriormente absolvido por uma das mortes, vá a novo júri por este fato.

Em um terceiro momento, caso não sejam acolhidas as nulidades apontadas, o MPRS pediu que os dois réus sejam julgados pelos crimes que foram absolvidos.

E, por fim, na hipótese de não ter novo julgamento, a instituição postulou o aumento da pena fixada ao réu que foi condenado em agosto por dois dos três homicídios.

O crime

As vítimas são Diênifer Padia, 26 anos, o cunhado dela, Alessandro dos Santos, 34 anos, e a sobrinha dela, Kétlyn Padia dos Santos, 15 anos.

Eles estavam na mesma casa quando homens armados invadiram o local, amarraram todos e os estrangularam com lacres de plástico.

O réu é ex-chefe de Diênifer, um proprietário rural da cidade de Casca que teve um relacionamento extraconjugal com ela e, posteriormente, um filho.

Conforme a denúncia do MPRS, o réu e a esposa dele, que está foragida, foram os mandantes do crime após ela descobrir a traição e o nascimento da criança.

Esses fatos levaram à demissão da jovem em Casca e o retorno dela para sua casa, em Passo Fundo.

Outro foragido é um cunhado do réu, apontado por ajudar no delito. Eles ofereceram recompensa pela morte de Diênifer.

Um ex-policial militar, também foragido, foi o responsável por contratar os dois homens armados que invadiram a residência da vítima.

Segundo a denúncia, o cunhado e a sobrinha de Diênifer foram mortos como queima de arquivo para que o crime não tivesse testemunhas.

As vítimas, junto com a irmã da Diênifer, moravam na mesma casa.

A vítima deixou três filhos pequenos.

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Luana Maia

Acadêmica de jornalismo e estagiária do OCP News