O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) denunciou dois homens que mataram pai e filho por engano em uma lancheria de Cachoeira do Sul em março deste ano. Os criminosos, de 41 e 30 anos de idade, ambos já recolhidos ao sistema prisional, confundiram uma das vítimas com uma terceira pessoa que era o alvo deles. Além disso, a mãe e também esposa das duas vítimas, foi atendida pelo Projeto Nêmesis, que faz parte de um programa da instituição para acolhimento e proteção a vítimas e seus familiares.
Os homens foram denunciados pelo homicídio qualificado de Vinícius Kochenborger Silva, de 36 anos, por motivo torpe, no caso, desavenças do tráfico; recurso que dificultou a defesa da vítima, já que foi surpreendido quando estava trabalhando na lancheria; meio cruel, já que foram desferidos cinco tiros; além de utilização de arma de fogo de uso restrito, no caso, uma pistola nove milímetros. Vinícius morreu logo após ser atingido pelos tiros, no dia 10 de março.
Eles também foram denunciados pelo homicídio qualificado de Luís Alberto da Silveira Silva, de 60 anos, mediante utilização de arma de uso restrito, recurso que dificultou a defesa e para assegurar impunidade de outro crime, já que o pai tentava proteger o filho. Luís Alberto morreu no hospital no dia 16 de março. A denúncia da promotora de Justiça Marina Lameira, que atua na comarca, foi encaminhada ao Poder Judiciário no dia 14 de setembro e aceita no dia 18 do mesmo mês.
De acordo com a promotora Marina Lameira, três homens, sendo um terceiro ainda não identificado, foram contratados por um quarto indivíduo – também não identificado – para matar uma pessoa que teria desavenças com o mandante, um homem que seria traficante na região. O alvo deles trabalhava no estabelecimento comercial, que era de propriedade das duas vítimas executadas. Um deles entrou no local, pensou ter identificado o desafeto do homem que o contratou e chamou os outros dois. Os comparsas chegaram logo em seguida e atiraram primeiro no filho, e depois no pai dele.
Projeto Nêmesis
A promotora Marina Lameira, junto com seus assessores, atendeu Maria Cristina Kochenborger Silva, mãe de Vinícius e esposa de Luís Alberto. “Eles foram assassinados, foram tirados da minha vida por engano. E até hoje eu ouço que meu filho foi morto por ser traficante ou por não ter pago drogas. Eu, como mãe, agora, só quero uma coisa, que seja revelada a verdade dos fatos e que informações erradas sejam corrigidas”, lamentou Maria.
O Projeto Nêmesis faz parte do Programa Institucional de Acolhimento e Proteção às Vítimas do MPRS. O objetivo é dar orientação e acolhimento a vítimas diretas e indiretas desde a ocorrência do delito até o final do curso processual, resguardando da melhor forma os seus direitos. O MPRS tem como instituições parceiras a Polícia Civil e o Poder Judiciário.