A Justiça Eleitoral de São Paulo determinou neste sábado a suspensão da conta de Pablo Marçal no Instagram. A página do ex-coach já saiu do ar e terá que ficar inacessível por 48 horas.
As informações são do Jornal O Globo. A decisão vem depois do candidato do PRTB divulgar um laudo falso sobre o adversário Guilherme Boulos (PSOL).
A decisão é assinada pelo juiz de garantias Rodrigo Capez, do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), depois de notícia-crime apresentada pela campanha de Boulos. Segundo o juiz, há indícios de vários crimes previstos no Código Eleitoral.
Na decisão, Capez afirma que a conta de Marçal “tem sido utilizada para a divulgação de fatos infamantes e inverídicos” a respeito do adversário psolista, com “nítido propósito de interferir no ânimo do eleitor e no pleito eleitoral”.
A medida deveria ser cumprida em até de duas horas, sob pena de bloqueio de R$ 200 mil da Meta, dona da rede social. Minutos depois da decisão, porém, a página foi derrubada pela empresa.
Além do uso de cocaína, o documento falsificado de 2021 alegava que Boulos teria passado por encaminhamento médico após um surto psicótico provocado pelo uso da droga. O vídeo foi retirado do ar na sexta-feira pela Meta.
Para o magistrado, a divulgação do laudo falso pode ser enquadrada em quatro crimes tipificados no Código Eleitoral: divulgar fatos inverídicos (art. 323), difamação eleitoral (art. 325), falsificação de documentos (art. 349) e uso de documento falsificado (art. 353).
A jornalistas em São Paulo, Marçal disse não se arrepender da postagem e que não assume responsabilidade pelo conteúdo.”Quem emitiu é quem tem que falar, eu só publiquei”, afirmou. Ele também alega não ter cometido nenhum delito com a postagem.
Ele admitiu conhecer o dono da clínica onde ele afirma que o Boulos teria sido internado, que é seu vizinho em Alphaville e gravou vídeos ao seu lado para as redes sociais.
Ele também prestou serviços estéticos para a esposa dele, Ana Carolina. Declarou, no entanto, que não teria “nenhuma relação com o laudo”, que tem fortes indícios de falsificação segundo reconhece a própria Justiça Eleitoral em primeira instância.
Mais cedo, A analista de sistemas Carla Maria de Oliveira e Souza – filha do médico cujo nome aparece no suposto laudo divulgado por Pablo Marçal – afirmou que o documento é uma falsificação grosseira.
José Roberto de Souza era hematologista e morreu em 2022, de Covid. Ele atuava em Campinas (SP), nunca atendeu em São Paulo e nos últimos anos de vida clinicava no hospital da PUC na cidade.