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Silêncio: uma arma da comunicação

Foto: Arquivo Pessoal 

Por: Dr. Hugo Martins de Oliveira

02/10/2024 - 10:10 - Atualizada em: 02/10/2024 - 10:35

O silêncio como arma de comunicação no contexto de relacionamentos pode parecer uma forma de autocontrole ou proteção, mas muitas vezes, ele gera mais danos do que soluções, quando não temos o gerenciamento fazendo o uso inadequado.

Quando alguém opta por não “soltar os cachorros” e adota a prudência de ficar calado, isso pode parecer uma estratégia sábia à primeira vista. No entanto, o silêncio prolongado pode levar a feridas emocionais profundas, tanto para quem silencia quanto para quem é silenciado.

Abrimos um caminho no universo imaginário que pode ir muito longe da realidade e com conclusões distorcidas. Perceba, que isto já aconteceu com você provavelmente em alguma fase da vida.

Por outro lado, a indiferença que esse silêncio carrega pode ser vista como uma forma de manipulação emocional, onde o distanciamento é usado para que a outra pessoa ceda. No entanto, a greve do falar muitas vezes resulta em uma escalada de conflitos não resolvidos, sendo progressivo e não enfrentados.

Cuidado, pois o silêncio, em vez de ser uma solução, se transforma em uma punição que impede a expressão saudável dos sentimentos, desestabilizando ainda mais a relação.

Foto: Arquivo Pessoal

O silêncio pode ser ensurdecedor e sufocante

Pessoas que se silenciam por desapontamento ou raiva, sem saber como reagir, acabam paralisadas. Elas se protegem, mas ao custo de não conseguirem expressar as verdades necessárias. Esse comportamento cria um pacto emocional tóxico, onde o silêncio gera ansiedade, insegurança e uma deterioração da autoestima.

A falta de comunicação eficiente e eficaz agrava a situação e impede a resolução dos problemas existentes, seja no casamento, no trabalho, com filhos/as, amigos, redes sociais, seja em outras áreas da vida.

Vale a pena “dar um gelo”?

O “dar um gelo” na outra pessoa pode parecer, inicialmente, uma forma de punição eficaz, mas a longo prazo, esse comportamento cria um clima hostil, distante e sem amor.

Qual é o medo de conversar? Evitar o diálogo e usar o silêncio como punição gera feridas emocionais que podem ficar longe de cicatrizar.

Muitas vezes, devido a conflitos de pessoas fechadas e determinadas a competir pela razão e não pelo diálogo construtivo de valor e resolução de problemas, com humildade.

Essa estratégia também gera um sentimento de rejeição e abandono, que só aumenta a tristeza e o isolamento. A indiferença comunicada pelo silêncio faz com que o outro se sinta desnecessário, gerando impactos profundos como depressão e angústia, um descaso e desinteresse.

Como, então, tirar a pessoa desse lugar sombrio?

A solução está no diálogo, no perdão e na reconciliação. Não devemos dar lugar ao silêncio destrutivo que só agrava os problemas. O primeiro passo para resolver a situação é entender que não podemos adivinhar o que o outro está passando.

É prudente e necessário, baixar a guarda e evitar julgamentos e, em vez disso, buscar ouvir ativamente. Pergunte diretamente: “Qual é o motivo do seu silêncio? Por que você está assim?” Essa abordagem clara e transparente cria espaço para que a comunicação flua de maneira saudável.

É importante reconhecer que, muitas vezes, o silêncio nasce de um orgulho ou de uma sensação de vitimismo. Isso fecha as portas para a resolução do conflito e afasta a pessoa do poder de cura e de reconciliação.

Foto: Arquivo Pessoal

Um casamento ou um relacionamento saudável vale o esforço da humildade

A comunicação transparente e suave, mais racional do que emocional, é um passo inteligente para quebrar o ciclo de silêncio. A escuta ativa é uma ferramenta poderosa: enquanto o outro fala, é preciso ouvir verdadeiramente, sem elaborar respostas ou contra-argumentos.

Coloque-se no lugar do outro e trate-o da maneira como gostaria de ser tratado

Para curar a ferida do silêncio, o perdão é o caminho. Perdoar e se perdoar libera a alma das amarras emocionais, permitindo que ambos os lados possam se reconectar.

O escudo de autoproteção, que muitas vezes surge para evitar mais dores, se transforma em uma barreira que isola o coração. Romper essa barreira é necessário para abrir espaço para o amor e a reconciliação, humildade profunda.

Dê tempo ao tempo, mas também priorize o que precisa ser tratado

Exercite a prática da escuta, coloque-se disponível para o diálogo e não desista. Homens e Mulheres, sejam sábios e evitem o “vomitar” tudo de uma vez quando finalmente falam, mas é importante evitar ferir ainda mais a pessoa amada, que pode estar vulnerável.

A manipulação emocional é perigosa e cria um ciclo vicioso de dependência e sofrimento. Saiba se posicionar com carinho e firmeza, evitando que o silêncio destrua a sua família e relacionamentos preciosos dentro de um propósito.

Foto: Arquivo Pessoal

Encare a crise com sabedoria e inteligência

Busque a reconciliação e jamais jogue os problemas para debaixo do tapete. Compartilhe essa mensagem com seus amigos, familiares e aqueles que você mais ama.

A generosidade no cuidado e no diálogo é um dos maiores presentes que podemos dar. Vamos viralizar o bem! Conte comigo.

Sou o Dr. Hugo Oliveira, Médico, Mentor e Palestrante Especializado em Família, Treinador, casado com a Sarah, Pai do Bento e do Pedro, com mais de 12 anos de experiência abrangendo diversas áreas da saúde, desde atuação como plantonista, liderança de equipe, professor universitário até gestão. Reconhecido e em destaque nas principais mídias, participei como escritor no maior evento literário brasileiro, a Bienal do Livro do RJ em 2023. Com uma sólida referência profissional, tenho contribuído ativamente, colaborando com profissionais em diversos segmentos na área de saúde. Com expertise em orientar familias, sou também um empreendedor social, idealizador, presidente e voluntário no Instituto Oliveira, dedicado ao cuidado integral de crianças e jovens com diagnóstico de câncer e suas famílias. Possuo título de Mestre em Saúde e Meio Ambiente, contribuindo para o avanço e desenvolvimento do setor.

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