O Dia Nacional do Respeito aos Idosos é uma data que transcende o simples reconhecimento para evocar um compromisso social profundo com aqueles que construíram nossa história e sociedade. Neste dia, é imperativo que façamos uma reflexão sobre a realidade vivida pelos idosos em nosso país, ponderando sobre a dignidade que lhes é devida. De antemão, cabe destacar que o Brasil, que envelhece rapidamente, não parece acompanhar essa transformação com políticas públicas à altura. Os dados são preocupantes, pois revelam um número crescente de idosos vivendo na pobreza, enfrentando problemas de saúde sem o suporte necessário e, pior, sofrendo com o abandono familiar e a violência. A pandemia da Covid-19 agravou essas fragilidades, revelando a solidão e a vulnerabilidade de muitos, sobretudo, aqueles que dependem de uma rede de apoio que se mostra deficiente. Se reconhece, entretanto, que o Estatuto do Idoso, promulgado em 2003, foi um marco legal para a proteção de seus direitos. Mas, a crua realidade mostra que a implementação dessas garantias ainda é precária, exceto em algumas poucas ilhas de excelência. A saúde pública, fundamental para atender as necessidades dessa faixa etária, enfrenta desafios imensos na maior parte da nação. Longas filas, tratamentos inadequados e falta de suporte são constantes em suas vidas. Além disso, a aposentadoria, comumente insuficiente, não cobre despesas básicas, tornando a velhice um fardo econômico, quando deveria ser uma fase de tranquilidade. Por isso, em todas as esferas e dimensões da sociedade, é necessário que haja um olhar mais humano e empático para essas pessoas. Respeitar os idosos é garantir que seus direitos sejam efetivamente cumpridos, mas também é criar uma cultura de valorização da sabedoria, das vivências e das experiências acumuladas. Cada idoso carrega consigo uma história, um legado, que merece ser ouvido e preservado. Então, que neste 1º de outubro, o respeito aos idosos seja mais do que uma bandeira política, mas um compromisso diário de cada cidadão, instituição e governantes, ou não teremos o que comemorar.