Felipe Neto é condenado a indenizar Arthur Lira em R$ 20 mil – entenda o caso

Rerodução/Câmara dos Deputados

Por: Pedro Leal

30/09/2024 - 16:09 - Atualizada em: 30/09/2024 - 16:24

O influencer digital Felipe Neto foi condenado a pagar R$ 20 mil reais em indenização por danos morais ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por se referir a Lira como “Excrementíssimo” durante um evento na câmara em 23 de abril.

A decisão é do juiz Cleber de Andrade Pinto, da 16ª Vara Cível de Brasília. As informações são do portal G1.

A fala se de em um evento na Câmara sobre regulação de plataformas digitais.

Em nota, a equipe jurídica do influenciador afirmou que “ainda não foi intimada. Quando isso ocorrer, tomará a decisão cabível sobre o recurso adotado.”

A ação foi apresentada por Lira na Justiça de Brasília em maio deste ano. O pedido inicial era de indenização de R$ 200 mil. Advogados do parlamentar afirmaram que ele teve sua honra ofendida pela declaração, que faz um trocadilho com a palavra “excelentíssimo”.

Em defesa no processo, advogados de Neto disseram que ele fez um discurso crítico, mas que jamais teve a intenção de ofender o deputado, “mas apenas criticar severamente o seu posicionamento como Parlamentar, amparado pelo direito à liberdade de expressão”.

O magistrado concluiu que o influencer teve a intenção de “se dirigir ao parlamentar de forma injuriosa”.

“O requerido não utilizou a expressão ‘excrementíssimo’ no calor do momento. Extrai-se de seu comportamento que era sua intenção se dirigir ao parlamentar de forma injuriosa, visando a atingir sua honra e imagem”, afirmou o juiz.

“Tanto que, após a repercussão do caso, sabendo que cometera um ilícito, repostou a matéria na rede mundial de computadores. E se expressou de forma a não deixar dúvida de que tinha ciência de que cometera um erro. Ao respostar o vídeo, publicou ‘Podia não? Assista aqui:’. Nesse momento deixou clara sua intenção injuriosa. Visava a atingir a honra e a imagem do parlamentar. Não criticou a atuação política do parlamentar, mas o ofendeu pessoalmente”, prosseguiu o magistrado.

Segundo o juiz, “a expressão dirigida a um parlamentar, que é o presidente da casa, tem potencial lesivo e pode macular a pessoa do autor de forma indelével, com uso pejorativo em seu desfavor”.

O magistrado, no entanto, estabeleceu o valor de indenização em R$ 20 mil considerando critérios como a “gravidade do dano, o porte econômico do lesando, além da condição da vítima”.

Da decisão, cabe recurso ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).