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Medos bons e maus – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

28/09/2024 - 07:09

O medo faz bem e o medo faz mal. Uma pessoa sem medos não irá longe na vida, vai atravessar a avenida de olhos fechados? Vai enfrentar um leão de mãos vazias? Baita tonto. Esses são medos objetivos, “visíveis”, é bom tê-los. Mas o medo também pode nos entrevar e danar a nossa vida. O medo não tem endereço, ele anda por aí e não raro se confunde com o que muitos chamam de destino. Não acredito em destino sem provas. Sem provas? Óbvio, afinal, destino é uma carta escrita por alguém e que nos é dada na hora de nascer, vamos ter que cumprir o roteiro, não haverá escape. Em sendo assim, bolas, claro que só os aéreos podem acreditar em destino. O destino teria que ter um “autor”, alguém assinando embaixo por nossas alegrias e sofrimentos na vida. Dou estas voltas para lembrar de uma história, razão pela qual muitos acreditam em destino. Essa história aconteceu em 1952, século passado. Um grande cantor brasileiro, Francisco Alves, morava no Rio de Janeiro, foi chamado para um show em São Paulo, aceitou, mas não aceitou a passagem área, ele tinha medo de aviões. Foi de carro. Foi, fez o show, entrou no carro para voltar ao Rio, mas… Ficou na estrada, morto num acidente frontal contra um caminhão. Essa a história em resumo. Sempre penso diante desses casos: e agora, o que dizer? A pessoa tem medo de voar, evita os vôos e acaba ficando na estrada, na estrada dos automóveis. O medo não salvou a pessoa. O que dizer? Foi destino? Estava escrito que ele teria que morrer de um jeito ou de outro nessa viagem? Nunca vamos saber, não é deste mundo sabermos do futuro, aliás, isso está dito na Bíblia. Em sendo assim, é termos fé, entrarmos nos jogos da vida, claro, sempre com a maior segurança possível, mas sabendo que não há segurança garantida em nada. Quem adotar esse tipo de postura mental terá uma vida mais em paz, de outro modo viverá cerceado pelos medos. E o medo tem muitos parentes, bah, incontáveis. Um medo chama outro e outro e outro. Será que já nasceu alguém sem medos? Sim, todos nós. Nossos medos começam dentro de casa, pequeninos, não é mesmo, paisinhos?

PAZ

Queres paz absoluta, queres andar por aí e nem aí? É muito simples, basta você ser um nada. Se fores alguma coisa, por mínima que seja, serás criticado, vão inventar mentiras sobre você, vão achar razões para apedrejá-lo. São poucas as pessoas iluminadas, que compreendem, admiram e aplaudem o sucesso, por menor que seja, de alguém por perto. Incontestável. Se você duvidar, inicie algum negócio ou arte. E prepare-se para a chuva de pedras.

FIM

Só não vê quem não quer ver, os tapados não querem. O mundo está moralmente liquidado, tantos são os safados e ousados impunes. Veja esta manchete: – “Candidata do Rio de Janeiro ganha o Miss PPK, concurso da vagina mais bonita do país”. Manchete de página inteira, jornal de São Paulo. E embaixo a informação: – O próximo evento já está marcado, é o Miss Biscoito… Sacrossanto Maná dos Altares, onde está a porta de saída?

FALTA DIZER

Anote, a qualquer momento alguém vai propor um comercial, um anúncio na bandeira do Brasil, coisa “discreta”, lá num cantinho. Quem duvidar ainda não nasceu. E se os clubes de futebol, por suas direções, tivessem dignidade acabariam com a estupidez de incontáveis anúncios nas camisetas, escondendo os distintivos. Dignidade? Morreu.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.