Esquema de pirâmide em criptomoedas chegou a ter ator no papel de falso CEO, aponta PF

Foto: Pixabay

Por: Pedro Leal

16/09/2024 - 16:09 - Atualizada em: 16/09/2024 - 16:50

Preso por liderar um esquema de empresas fraudulentas de cripotomoedas, com promessa de “lucro garantido”, que teria causado um prejuízo estimado de R$ 4 bilhões, o empresário Francisley Valdevino da Silva chegou até a contratar um ator para fazer o papel do falso CEO da sua empresa.

Tratava-se do ator uruguaio Nestor Nunes, que fazia o papel de Salvador Molina, falso CEO da Forcount.

As informações são do Fantástico

A empresa é investigada pela Polícia Federal por operar um esquema fraudulento de criptomoedas, e atraiu investidores notáveis, incluindo o ex-jogador do Corinthians Jucilei e Sasha Meneghel, filha da apresentadora Xuxa.

Fransciley foi preso semana passada durante uma nova operação da Polícia Federal em Curitiba.

Uma investigação do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos apontou que a Forcount se trataria de um esquema de pirâmide e que o prejuízo dos investidores era de US$ 50 milhões, o equivalente a R$ 280 milhões.

Os agentes americanos pediram ajuda à Polícia Federal brasileira para levantar dados sobre Francisley. E a PF descobriu que, no Brasil, havia problemas em duas empresas dele: a Rental Coins e a InterAg.

Francisley foi alvo de uma operação com mandados de busca e apreensão em 20 endereços ligados a ele. A investigação determinou que em 2022, o valor total movimentado por essa estrutura criminosa girou em torno de R$ 4 bilhões.

O Ator

Nestor Nunes mora no Brasil há mais de 30 anos, e foi preso nos Estados Unidos por sua participação no esquema.

Ele vivia na região metropolitana de Curitiba e chegou a participar de produções cinematográficas em inglês, português e espanhol. De acordo com o UOL, o ator chegou a fazer um vídeo nas redes sociais alegando que havia sido iludido pelo brasileiro.

“Era um teatro, era um verdadeiro teatro. E aí aparecem figuras com essa grande capacidade de convencimento para apresentar o esquema para os potenciais clientes”, explicou o oficial da PF em Nova York, Fabiano Emídio.

A apuração do Departamento de Segurança Interna do país concluiu que as promessas não passavam de esquema de pirâmide. Os investidores tiveram um prejuízo avaliado em US$ 50 milhões.

O empresário, Francisley Valdevino da Silva, que tornou-se réu também nos Estados Unidos pelo mesmo crime, foi preso em operação da Polícia Federal em agosto deste ano, em Curitiba (PR), e voltou a ser preso na semana passada. Segundo a polícia, ele se especializou em criar empresas supostamente voltadas para investimentos em criptomoedas e prometer grandes lucros para investidores.

Somente a Forcount atraiu 30 mil investidores de vários países.

Entre as vítimas, estão alguns famosos, como o ex-jogador do Corinthians Jucilei. Conforme reportagem do Fantástico, que foi ao ar neste domingo (15/9), o volante investiu R$ 45 milhões no esquema de Francisley.

Outra figura pública atraída pelas promessas do golpe foi a filha da apresentadora Xuxa, Sasha Meneghel. Ela abriu processo contra Francisley para recuperar R$ 1,2 milhão.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).