O Brasil é um dos países mais diversos e multiétnicos do mundo, tendo, ao longo da história, recebido migrantes dos mais variados países em seu território. Mas você sabe quais são os povos que mais imigraram para o Brasil?
Desde a chegada dos colonizadores portugueses no século 16, o país passou a ser um ponto de encontro de culturas, formando sua base populacional a partir de uma mescla complexa e única.
A imigração para o Brasil intensificou-se no século 19, quando o país precisava de mão de obra para as lavouras e indústrias em expansão. Os dados a seguir, portanto, mostram quais são os povos que mais chegaram ao Brasil até o século 20, quando o país passava por enormes transformações.
Veja quais são os povos que mais imigraram para o Brasil
1. Portugal
É sempre difícil medir a presença de portugueses ao Brasil, uma vez que eles estão aqui desde o descobrimento do país. Mas a estimativa é de que, desde a independência do Brasil, por volta de 1,6 milhão de portugueses tenham imigrado para cá.
2. Itália
De acordo com IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 1876 a 1920, 1.243.633 imigrantes italianos chegaram ao Brasil. Atualmente, o Brasil é o país com o maior número de descendentes de italianos no mundo: são cerca de 30 milhões.
3. Espanha
A principal estimativa é de que cerca de 700 mil espanhóis tenham imigrado para o Brasil ao longo do tempo.
4. Alemanha
Entre os anos 1824 e 1969, entraram no Brasil 250.163 alemães, a maioria deslocando-se para a região Sul.
5. Japão
A imigração japonesa para o Brasil teve início em 1908, mas aumentou consideravelmente a partir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A estimativa é de que cerca de 200 mil japoneses tenham escolhido o Brasil para viver.
6. Sírios e Libaneses
Outra presença importante no Brasil é a de sírios e libaneses, que marca, inclusive, a gastronomia brasileira. Até 1920, 58 mil sírios e libaneses já haviam chegado ao Brasil. À época, eles eram chamados de turcos, pois ambos os países faziam parte do Império Otomano.
Italianos trabalhando na lavoura do café | Foto: IBGE/Reprodução
Diversidade cultural
Nesse período, milhões de imigrantes europeus, principalmente de Portugal, Itália, Espanha e Alemanha, desembarcaram no Brasil, atraídos pelas oportunidades de trabalho e pela promessa de uma nova vida. Também houve uma leva migratória importante vinda de países do leste europeu, como a Polônia e a Ucrânia.
Além dos europeus, o Brasil recebeu um fluxo significativo de imigrantes asiáticos, principalmente japoneses, que se estabeleceram no país a partir do início do século 20. Os japoneses, assim como outros grupos, como os árabes e judeus, trouxeram suas tradições e valores, influenciando a cultura, a gastronomia e a vida social brasileira.
Esse processo contínuo de imigração, somado à presença dos povos indígenas e ao legado africano, trazido pelo tráfico de escravos, criou uma nação rica em diversidade. A mistura de etnias, culturas, línguas e religiões resultou em um país onde a pluralidade é uma das principais características.
O Brasil, com sua rica tapeçaria étnica e cultural, é um exemplo de como a integração de diferentes povos pode contribuir para a formação de uma identidade nacional única e vibrante.
Novas ondas migratórias
Nos últimos anos, o Brasil tem vivenciado uma nova onda migratória, com a chegada de pessoas vindas de países como a Venezuela e o Haiti. A crise econômica, social e política na Venezuela levou milhares de venezuelanos a buscar refúgio no Brasil, especialmente nas regiões Norte e Sudeste.
Da mesma forma, o Haiti, que enfrenta desafios como desastres naturais e instabilidade política, enviou um grande número de imigrantes ao Brasil, especialmente após o terremoto de 2010. Esses novos fluxos migratórios continuam a enriquecer a diversidade cultural do país, ao mesmo tempo em que apresentam desafios sociais e econômicos.