Não acredito que diante dessa pergunta – em quem você confia? – alguém ouse responder que confia, em muitas pessoas. Se disser isso tem que abrir o olho, vai pisar numa casca de banana a qualquer momento. Fui, há minutos, à minha caixa de frases, aforismos, provérbios, tudo tirado de jornais ao longo do tempo. “Sorteada” a frase, veio um provérbio espanhol: – “Acredite um pouco no que você vê, em nada do que lhe dizem”. Provérbio tipo campo minado em território de guerras, onde pisar e onde não pisar com segurança? Antes de ir adiante, é bom lembrar que temos língua e orelhas e que os psicanalistas, os psicoterapeutas corretos, não dão conselhos, ouvem, ouvem e ouvem até que o “queixoso” tenha um insight, isto é, uma visão interior, uma percepção dele mesmo e… A luz da verdade se acende em sua cabeça. Dar conselhos é um risco. E acreditar no que vemos também é um perigo, tudo em razão de que vemos o que vemos com as nossas percepções, isto é, com nossos valores. O que vemos como “sendo” pode não ser… E acreditar de olhos fechados e ouvidos tapados o que nos dizem é mais que risco, é colocar uma bomba no bolso… Por outro lado, duvidar de tudo é um calabouço, a pessoa vai viver presa, duvidando de tudo. E aí alguém pode perguntar, sim, mas o que é melhor, não acreditar em nada ou acreditar em tudo? Outra vez, um provérbio, desta feita, romano, milenar: – “A virtude está no meio”. A esposa que acredita 100% nas histórias do marido após ele ter chegado bem tarde depois do trabalho ou é muito ingênua ou pode estar inventando histórias em sua cabeça. E aí, qual a saída? Antes de tudo, conhecer as pessoas com as quais convivemos e, junto a isso, dar sempre o desconto necessário ao que ouvimos. E mais ainda hoje, com as possíveis mentiras eletrônicas. Um pé à frente, outro atrás sempre fez bem. Ah, e é bom lembrar que há coisas que dizemos muito melhor sem falar. Quem muito fala se revela; quem muito cala não raro confessa. Santo Deus, onde está a porta de saída das nossas dúvidas? Está ou na ingenuidade ou nunca vai ser encontrada…
ERRO
Faz muitos anos. Eu trabalhava numa emissora de rádio de Porto Alegre, salários pagos via bancária. Um dia, um colega que ganhava 1.000 cruzeiros, a moeda da época, foi receber o salário e ao pedir o saldo ouviu que era de 10.000 cruzeiros. Ficou louco, pegou tudo e saiu soltando foguetes. A empresa cometera um erro, colocara um “zero” a mais no salário do colega. Tudo esclarecido, o colega levou quase a vida toda para pagar o que havia pegado a mais… Já conto outra história e a moral da história.
AMERICANA
Notícia internacional. Aconteceu nos Estados Unidos. Uma jovem funcionária de uma empresa recebeu a mais em seu salário o equivalente a R$ 6.000,00. Recebeu, não se espantou, não procurou esclarecer, pegou o dinheiro e o torrou. Claro, tudo foi esclarecido e a jovem foi para o olho da rua por desonestidade, ela tinha que ter perguntado da razão daquele dinheiro a mais. Ela foi desonesta. Safada.
FALTA DIZER
Hoje menos que no passado, em razão do uso dos cartões, mas ainda acontece… Paga-se em dinheiro uma quantia qualquer por algum produto comprado, a moça da caixa se equivoca, dá troco a mais e quem o recebe a mais fica quieto, quieta. Certo? Desonestos safados. Muito comum.