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A sobrancelha dela – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

21/08/2024 - 07:08

Você sabia, leitora, que a considero minha amiga? E assim o leitor, meu amigo. Mesmo que não nos conheçamos você parou o que estava fazendo para me ouvir, isso não tem preço. Então, quero dizer a você, leitora, leitor, que quando sou áspero viso ao bem. Passei por muitos momentos ruins na vida e não me lembro de ter tido um único amigo para apertar meu braço e dizer: Faz isso, não faz aquilo, seu burro! Não sei aonde eu andaria a estas horas se tivesse tipo tal tipo de amigo, amiga. Então, vamos lá. Vou imaginar que você, ou alguém seu, da família, esteja coçando o queixo, alisando o cabelo e pensando: – Meu Deus, o que vou fazer da minha vida? Vou responder daqui: – Você pode fazer muito, você está sentado, sentada sobre um pote de ouro, como dizia Monteiro Lobato, sentado sobre um pote de ouro, mas gemendo uma pobreza que de pobreza só tem suas inações. Acabei de ler num jornal de São Paulo sobre a história de uma mulher, Gabriela, 33 anos. Uma guria, idade de “menina” para a vida… A história da Gabi estava numa reportagem sobre “Cursos Profissionalizantes Rápidos”, cursos de poucas semanas, de dias. A Gabriela estava trabalhando como balconista numa loja, ganhando pouco e infeliz atrás do balcão. E ela sempre teve atrações, tentações para a área da beleza facial das mulheres. Leu o jornal, ficou sabendo dos cursos e… Deu no pé, saiu do balcão e foi fazer um curso de “Design de Sobrancelhas”. Curso de 10 dias. Gabi conta que em pouco tempo sua vida mudou da água para o vinho. Começou atendo em casa, pouco tempo depois já montou um salão e hoje está sorrindo para a vida, e quando ela sorri a sobrancelha vai lá em cima… Resumi a história. E quem não pode algo parecido na vida empacada em que se encontra? As nossas mudanças na vida não precisam ser exatamente por dinheiro, há muitas outras coisas que nos deixam num lamaçal emocionalmente desagradável. Sei onde me aperta o sapato? Problema meu dar um jeito nesse sapato. Vale para tudo na vida e… Santo Deus, não queria outra vez citar como exemplo um casamento bolorento, mas fazer o quê? Dizendo isso, não espero que você tenha levantado a sobrancelha…

CRENÇAS

Por mais que andemos para frente, ou pensemos isso, ainda assim as coisas estúpidas continuam com grande espaço entre nós. Acabo de ler – “Médium ensina dicas para evitar o mau-olhado”. Primeiro, a mulher não é “médium”, ela é conhecida por ser “sensitiva” (cruzes!) e faz uso da ignorância do povo para ganhar espaço e dinheiro. Mau-olhado é inveja, e os invejosos se liquidam com a própria inveja. Ponto final.

MULHERES

Muitos perguntam: – Você notou que no auditório do fulano só tinha mulheres? A explicação nunca foi segredo. Mulheres nos auditórios de tevê são mais “obedientes”, aplaudem quando são orientadas a aplaudir, riem com mais facilidade, se mostram alegres mais facilmente, participam ativamente, enfim. Já os “bodinhos” são reticentes e menos participativos. Agora, as mulheres têm que tirar essa corda do pescoço, ué, gente! Quem quiser aplauso que os produza com talento.

FALTA DIZER

Não gosto de desculpas frias. Uma alcoólatra escrevendo num jornal paulista, e falando para os pais de alcoólatras, disse que o vício na bebida é doença. Não, “comadre”, não é doença. É vício contraído aos poucos e sabendo a pessoa de todos os riscos. A última ingênua foi Eva no paraíso…

 

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.