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Saber e não saber – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

19/08/2024 - 07:08

Estou num cafezinho no aeroporto para alguns negócios quando chega um amigo: – “Oi, Prates, tudo bem, sabias da última”? Santo Deus, quase cuspi o café, cara, não vem com essa! Nada mais assustador que alguém chegar com essa de – sabes da última? Esse saber da última tanto pode ser uma piada quanto uma tragédia. É preciso uma postura budista para ficar sem piscar diante dessa flecha… E contando essa vivência por que passei, mais uma vez, fico a pensar: saber e não saber são coisas boas e ruins, tudo vai depender do que ficamos sabendo, do que sabemos e do que ignoramos. Não raro, bem melhor é não saber. Há coisas que precisamos saber, e penso que todos temos uma natural intuição para saber do que precisamos saber, fora disso, tudo bem que pode ser um tanto faz… Já soube de mulheres, por exemplo, que viveram muitos felizes em seus casamentos, todavia, eram traídas dia e noite. E como não sabiam disso? Não sabiam, não desconfiavam e… Viveram felizes. Diz o ditado que quem procura acha. Verdade. Sei também, por estudos de várias ciências, a Psicologia dentre elas, de pessoas que morreram em acidentes ou de determinadas causas sem nada a ver com o que de fato tinham em seus corpos. Pessoas que morreram de causas bem objetivas, mas que em estudos feitos em seus corpos depois da morte foram achadas graves enfermidades, daquelas ditas por muitos incuráveis. E as pessoas morreram sem saber disso, o corpo não dera um mínimo sinal. Isso é bem possível e a ciência sabe disso. Pessoas que morreram “felizes” sem saber do que tinham dentro de si. Ignorar nem sempre é ignorância no sentido pejorativo, muitas vezes é uma graça do nosso Anjo da Guarda. Todos nós temos histórias desse tipo, coisas que passamos muito tempo ignorando, não sabendo, e felizes. Coisas sérias, importantes mesmo. Espere! O que de fato é importante na vida, importante mesmo e que não possamos dar um jeito e, sem nos darmos conta, viver? Ser feliz e não saber é a mais refinada infelicidade dos humanos, tanto que o inesquecível Ataulfo Alves cantou isso… – Eu era feliz e não sabia! Aí está a pior das ignorâncias, a indesculpável ignorância: ser feliz e não saber.

SURPRESA

No dia em que vi o jogo anotei e depois esqueci de comentar aqui. Foi durante as Olimpíadas. O mesa-tenista sueco, Truis Moregard, venceu o “invencível” chinês Chiquin wang por 4×2. Uma vitória acachapante, “impossível” para todos até depois do jogo. A lição que ficou é que nunca perdemos antes de perder, e lutar pela vitória é “obrigação” moral de todos nós. Sem as desculpas de – sou pobre, não tenho sorte, ninguém me ajuda, essas bandalheiras usadas pelos perdedores na vida. É enfiar a cara, para o tapa ou para o beijo…

CRISE

Acabei de ouvir que – “O Brasil enfrenta uma epidemia de burnout”. Você sabe que burnout é expressão inglesa que significa exaustão psicofísica provocada pelo trabalho. Não aceito essa explicação. O sapato está apertado? Tire-o. As pessoas aceitam o trabalho e o salário, e depois vão gemer? Temos liberdade para ir e vir. O mais é desculpa ou mera preguiça.

FALTA DIZER

Com a saúde não se brinca nem se faz apostas. Salvo as “apostas” da fé diante de algo que depende de nós, só de nós. Manchete: – “Com 331 mortes confirmadas, Santa Catarina vacina apenas 28% do público-alvo contra a dengue”. Em questões de saúde, a ignorância mata, mata sem apostas…

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.