Avaliação, finanças e objetivos: Presidente do Juventus abre o jogo após Série B

Foto: Divulgação/Juventus

Por: Lucas Pavin

15/08/2024 - 18:08 - Atualizada em: 15/08/2024 - 18:16

A temporada 2024 traz mais um projeto de reconstrução no Juventus. Após a saída do antigo gestor Hudson Moura no fim do ano passado, o então presidente da associação Paulo Ricardo Marcelino assumiu também o futebol e vive seu primeiro mandato à frente do clube.

Sob o novo comando, o Moleque Travesso bateu na trave na briga pelo acesso à elite do Campeonato Catarinense ao cair na semifinal da Série B com a derrota para o Caravaggio no último domingo (11).

Findada a participação juventina no Estadual, Marcelino concedeu uma entrevista exclusiva ao OCP e passou a limpo os atos de seu primeiro ano de gestão, detalhou a atual situação financeira do clube, além dos objetivos a médio, curto e longo prazo.

Que avaliação você faz da Série B e qual sentimento após a eliminação?

“São dois sentimentos. Um da emoção, porque quanto mais perto você chega do objetivo, maior a dor por ter acreditado muito. Mas o outro de muito orgulho pelo contexto desde que assumi (o clube) em dezembro após a saída da gestão antiga. Recomeçamos do zero, sem saber ao certo o futuro do clube. Resgatamos o estádio, demos uma nova aparência para o torcedor vir e se sentir orgulhoso por saber que as pessoas estão cuidando com carinho do clube. O primeiro sentimento sei que vai acabar e posso classificar que o nosso campeonato foi de superação. Estou muito orgulhoso pelo que a nossa diretoria entregou. O acesso não foi dessa vez, mas vamos colocar o Juventu novamente na Série A”.

Quais são os principais objetivos daqui para frente?

“O primeiro foi conquistado que era de mostrar para cidade o quanto o Juventus é importante. Antes de buscar qualquer coisa, você precisa estar fortalecido na cidade com empresários, torcida e executivo. Esse primeiro passo para construir o futuro foi dado. Agora, queremos estruturar e organizar melhor o clube. Muitas coisas precisam ser melhoradas dentro do futebol e precisamos ter mais pessoas para ajudar nesse crescimento. Outro objetivo é se organizar para fazer o pagamento da dívida do clube e não correr risco de perder o estádio. Jaraguá do Sul é destaque em quase tudo no cenário nacional e tenho certeza que também será no futebol”.

As dívidas do clube giram em torno de quanto e qual a maior delas?

“Fizemos planejamento com uma empresa de Curitiba (PR) especializada em centralização de dívidas e juntamente com o nosso jurídico. Hoje, a dívida do Juventus bate na casa de R$ 6 milhões, somando tributário, trabalhista e civil. Trabalhamos com orçamento dentro do limite esse ano, mas queremos iniciar essa centralização das dívidas em breve para fazer a quitação de forma integral ou parcelada por ser um valor considerável. A maior dívida é civil do início dos anos 2000 com uma construtora da cidade, que é de R$ 1 milhão e nos preocupa um pouco. Fizemos um combinado em que 20% do bruto destinado a toda receita do estádio em dias de jogos foi para essa empresa. Foi uma forma que consegui estancar um pouco, mas é um dívida pequena dentro do que o Juventus tem em seu patrimônio e não tenho dúvidas que dentro do meu mandato devemos conseguir sanar por inteiro ou grande parte dessa dívida”.

Como está a saúde financeira do Juventus em 2024?

“O investimento foi todo feito na ponta do lápis, não fizemos loucura e trabalhamos dentro do nosso planejamento. O resgate do empresariado foi uma conquista muito grande, porque muitos empresários ajudaram de forma anônima pelo que a gente vinha fazendo desde o início e abraçaram o projeto. Alguns empresários não pisavam há anos no João Marcatto e voltaram. São pessoas sérias que foram o pilar para a cidade se tornar o que é hoje. Grande parte do nosso investimento veio através desses empresários, junto com os nossos patrocinadores. Sou muito grato a todos que contribuíram para que fizessemos um campeonato competitivo. Todos os compromissos financeiros foram cumpridos e nunca tivemos problemas de atrasos”.

Tem jogador do atual elenco com contrato vigente?

“Temos alguns atletas que devemos renovar com o pensamento de mercado por terem destaque no campeonato, mas o primeiro objetivo agora é finalizar essas questões financeiras e trabalhar com esses atletas que a gente acredita que podem ser um ativo para o clube. Nada ainda está fechado, mas pode se concretizar. Vamos conversar com alguns e ver se seguimos com vínculo ou não”.

Quais são os compromissos até fim do ano?

“Focamos agora nas categorias de base como foi início do ano. Disputaremos alguns campeonatos e estamos com projeto de reconstrução da base, próximos de tirar alguns selos da federação para aumentar o nosso nível. Poucos sabem, mas adquirimos parte do Seminário de Corupá para concentrar os atletas das categorias Sub-15 e Sub-17. Claro que vamos nos planejar para voltar a disputar a Série B do ano que vem, mas também dar uma atenção especial para a base que é o futuro do clube”.

Que recado pode deixar ao torcedor?

“Gosto de frisar muito uma frase de que ‘quem não tem estrela, tem que ter estrada’. Sou um cara que vai batalhar muito pelo Juventus, porque amo esse clube, assim como toda diretoria. O torcedor pode ter certeza que o clube está em boas mãos. Queríamos muito ter conquistado o acesso para presentear o torcedor, mas quero agradecer cada um por ter nos abraçado e ajudado da forma que foi. Saio do campeonato muito feliz por resgatar o prestígio do clube na cidade e isso é uma grande conquista para mim até mais do que o acesso”.

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Lucas Pavin

Jornalista esportivo, com a missão de informar tudo o que rola na região, seja na base, amador ou profissional.