Uma quadrilha liderada por mulheres foi presa após aplicar golpes em aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Elas foram presas em uma operação da Polícia Federal, que cumpriu 18 mandados de prisão preventiva nos Estados de São Paulo e Bahia.
Investigação
A investigação iniciou em 2022, após a Polícia Federal desconfiar da quantidade de contas bancárias abertas no nome de um mesmo cliente.
Segundo a polícia, a quadrilha era liderada por quatro mulheres: Vanessa Demétrio de Sá, Andrea Demétrio de Sá, Talita Miranda e Rita de Cássia Bessa.
As investigações mostraram que a quadrilha enviava links falsos por email ou mensagem de texto para coletar dados pessoais das vítimas.
Por telefone, elas entravam em contato se passando por agentes do INSS ou de agências bancárias.
Após conseguirem as informações, o esquema produzia documentos pessoais falsos para facilitar a abertura de contas.
“Percebi que tinha um empréstimo de R$ 100 mil na minha conta e que minha aposentadoria tinha sido transferida sem eu ter autorizado nada. Quando imprimiram minha documentação vi que não era o meu RG. Era meu nome, meu RG, mas com foto de outra pessoa completamente diferente e uma assinatura que não tinha nada a ver com a minha”, explicou a professora aposentada Valéria de Carvalho.
As informações são do programa Domingo Espetacular, da Record TV.
A Polícia Federal detalha que as criminosaz usavam ainda endereços fantasmas para conseguirem receber os cartões enviados após a abertura das contas.
“Eles colocavam, por exemplo, uma casa que estava para alugar, ficavam esperando chegar a data, recebiam o cartão nessa casa, ligavam para desbloquear, já que tinham todas as qualificações da vítima, e faziam um rombo no cartão de crédito”, conta o delegado da PF, Marco Aurélio Morini.
Ao todo, foram dois anos de investigação antes de identificar as investigadas.
Vida de luxo
Foto: Reprodução/Record TV
Após conseguirem acesso à conta, as envolvidas trocavam as senhas cadastradas e solicitavam empréstimos.
O dinheiro disponível era sacado ou transferido para contas de ‘laranjas’.
Pelo menos dez contas bancárias foram abertas em nomes de diferentes vítimas, mas com a mesma foto – a de uma mulher, identificada como Zilda Barreto Correa, mãe de uma das integrantes da quadrilha.
Conforme apuração da polícia, as criminosas chegaram a movimentar R$ 11,4 milhões utilizando crédito consignado, antecipação de crédito FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e crédito CDC, em um período de 11 meses.
A estimativa da polícia é de que o prejuízo causado aos cofres públicos chegue a R$ 50 milhões.
Uma das mulheres envolvidas no esquema de golpes em aposentados afirmava ser empresária e responsável por uma adega.
Com uma vida de luxo, a polícia descobriu que ela comprava passagens aéreas e pacotes de viagens que, somados, custaram cerca de R$ 63,1 mil.
As defesas de Vanessa Demétrio de Sá, Andrea Demétrio de Sá, Talita Miranda e Rita de Cássia Bessa não atenderam as ligações. Segundo o ND+, o espaço segue aberto para manifestação.
Já a defesa de Zilda Barreto Correa, a mãe de uma das investigadas, afirmou que não ia comentar o caso.
*Com informações do R7 e ND+*