Takashi Morita, um dos sobreviventes da bomba de Hiroshima, faleceu nesta segunda-feira (12), aos 100 anos, em São Paulo.
O anúncio da morte foi feito por meio de uma nota da Escola Técnica Estadual (Etec) de Santo Amaro, de onde ele era patrono.
Morita era comerciante na capital paulistana, mas não foi por isso que seu nome entrou na história. Ele era um hibakusha, termo para os sobreviventes dos bombardeios atômicos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A chegada do sobrevivente da bomba de Hiroshima no Brasil
Em sua autobiografia (“A última mensagem de Hiroshima: O que vi e como sobrevivi à bomba atômica”), ele conta que aos 21 anos, era soldado da polícia militar japonesa e estava a 1,3 quilômetros de distância do ponto onde ocorreu a explosão da bomba atômica em 6 de agosto de 1945, em Hiroshima.
O jovem soldado não teve graves sequelas na época, mas foi diagnosticado duas vezes com leucemia enquanto ainda morava no Japão.
Em 1956, aos 32 anos, migrou para o Brasil com sua esposa e os dois filhos. A viagem de navio durou 42 dias, e por mais longo que fosse o trajeto, representava o início de uma nova vida e novas oportunidades.
Em solo brasileiro, ele atuou como comerciante, para o ganha-pão e sustento da família, e também se dedicou à defesa dos direitos dos hibakushas. Ele é, inclusive, um dos fundadores da Associação dos Sobreviventes da Bomba Atômica, criada em 1984.
Seu pacifismo, posicionamento contra as guerras e a luta contra a radiação lhe renderam uma homenagem em 2019, pelo Estado de São Paulo, quando a Etec Santo Amaro passou a ser chamada de Etec Takashi Morita.
Em 2 de março deste ano, ele completou 100 anos, e o centenário contou com uma grande comemoração realizada pela Etec.