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Casamento às cegas – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

15/08/2024 - 07:08

Acabei de ler sobre um reality da Netflix e antes de falar sobre ele gostaria de dar algumas voltas. É o seguinte, vamos imaginar que você esteja num quarto totalmente escuro e deixa cair um alfinete com o qual você ia prender a sua blusa, certo? Quarto completamente escuro. Você acharia o alfinete? Só por milagre. Esse reality de que falei tem por título: – “Casamento às cegas”. A origem do programa, penso, veio de uma brincadeira, a coisa passou pela cabeça de alguém, a idéia foi levada adiante e deu no reality que encantou a muitos. Casamento às cegas é uma provocação, os participantes do programa escolhem seus pares para casar sem conhecê-los, só imaginação, nada mais. Pode dar certo? Sim, pode dar tão certo quanto os casamentos que andam por aí, entre nossos amigos, familiares, gente de todo tipo, tudo mais das vezes casamento às cegas. Quase uma regra geral, haja vista o vergonhoso número de divórcios no Brasil, mais uma liderança mundial nossa. Casamento às cegas, o reality, não foi inventado por uma cabeça criativa, fantasiosa, foi criado pela verdade das esquinas, foi criado pelas observações. Casar às cegas é casar com “ele” porque é filho de família conhecida e metida aqui da cidade, é casar com ela porque é médica e tem dinheiro, ou porque é a mais bonita aqui do quarteirão, e assim por diante. Sem falar nas que casam porque estão solteiras numa idade a ter que dar explicações aos amigos… Solteira nessa idade, humm, aí tem, pensam e dizem os idiotas. Como se optar pela solteirice fosse crime ou revelação de algum problema pessoal. Não vamos longe, o povinho vota às cegas, “casa” com safados sem antes ter esmiuçado sobre o caráter e a vida pregressa dos sujeitos. Dá nisso que anda por aí, um erro atrás do outro. Já foi dito que a pressa é inimiga da perfeição. E nos ajuntamentos, desculpe, quis dizer casamentos, é o que mais acontece: pressa e separações. Casamento às cegas não foi invenção, foi uma constatação. E para terminar a conversa enjoada, quantas coisas sérias, importantes em nossas vidas, fazemos com pressa, às cegas? A danação é depois achar o culpado, nunca nós…

RIQUEZA

O que é ser rico, rica, na vida? – Ah, ter muito dinheiro no banco, dizem os aflitos. Negativo. Rica é a pessoa que tem saúde, família, um trabalho e amigos. E quem não pode ter? Entendamos por trabalho tanto um trabalho mesmo quanto um propósito, algo a ser feito mais das vezes sem ganhos financeiros. Incrível que diante dessa verdade tão acanhada haja tão poucas pessoas felizes.

NEGÓCIOS

Quem trabalha no comércio, numa loja, num restaurante, numa livraria, onde quer que seja, tem que ser pessoa “teatral”. Explico. Mesmo que a pessoa esteja amuada, vivendo um sufoco, tem que ser educada, teatralmente educada, no caso. Sempre um sorriso, sempre um às ordens, sempre um muito obrigado, um volte sempre, um conte conosco, tudo, enfim, que demonstrem simpatia e educação. Quem fizer isso vai virar gerente ou dono do negócio. Ganham o empregado e a empresa.

FALTA DIZER

A manchete diz: – “Melhorar a qualidade da educação infantil se impõe como desafio”. O artigo do jornal paulista fala em educação infantil na escola. Ocorre, pessoal, que sem a indispensável e rígida educação caseira, responsabilidade dos papais e mamães, a escola não funcionará. Mas sei bem, os casais, por estonteante maioria, andam muito ocupados para puxar as rédeas dos filhos, pais de “cio”, omissos.

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.