Funcionários da Celesc de todas as regionais do estado entraram em greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira (12). Em Jaraguá do Sul, aproximadamente 80% dos servidores da estatal aderiram ao movimento. Conforme nota emitida pela Intersindical dos Eletricitários de Santa Catarina (Intercel), a paralisação ocorre, principalmente, pelo fato de que “direitos adquiridos estão sendo destruídos para favorecer um pequeno grupo”. A afirmação refere-se à mudança nas regras que definem o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da empresa.
Os grevistas afirmam que os engenheiros estão sendo beneficiados e, em decorrência disso, outros trabalhadores da Celesc, especialmente aqueles que ganham menos, ficam em desvantagem.
A diretora do Sindicato dos Eletricitários do Norte de Santa Catarina (Sindinorte), Ingrid Voigt, afirmou que “a diretoria da Celesc tem provocado um embate com todos os trabalhadores e a PLR é só mais um dos braços desta luta que eles têm feito com a gente, seja pela precarização das nossas condições de trabalho, seja pela falta de contratação de pessoal”.
Ela disse afirmou ainda que, apesar de Jaraguá do Sul estar constantemente se desenvolvendo, a diretoria tem se recusado a fazer novas contratações. “Temos falta de eletricistas, que são o carro-chefe da Celesc. Faltam atendentes e isso acaba se refletindo no serviço prestado à população. A gente quer prestar um bom serviço, a gente sempre fez isso, e queremos continuar fazendo, só que para isso, a diretoria realmente precisa possibilitar que a gente tenha boas condições de trabalho, o pessoal necessário para isso, e que os direitos de pessoas que estão se desdobrando para dar este com atendimento não sejam atacados”.
Impacto no atendimento à população
O gerente regional da Celesc em Jaraguá do Sul, Danilson Wolff, observa que o impacto mais imediato da greve é com relação ao atendimento presencial que não está sendo realizado porque as agências estão fechadas. Mas, ele destaca que muitas situações podem ser resolvidas por meio do aplicativo e do site da Celesc. “Em um segundo momento, temos a questão do atendimento emergencial que, apesar da paralisação, precisa ser mantido. Pode demorar mais, mas será realizado, porque é um compromisso com a comunidade manter o fornecimento de energia elétrica”, completa.
Wolff informou que, na verdade, a diretoria da Celesc negocia com várias classes sindicais. “Então, já existem alguns que concordaram com a proposta que a empresa apresentou. Com a Intercel, que representa a maioria dos empregados, a princípio ainda não houve um entendimento”.
De acordo com o gerente regional, nesta terça-feira (13) haverá uma nova rodada de negociação.
Essa já é a terceira greve de funcionários estaduais em Santa Catarina somente este ano. Em abril, ocorreu a greve dos professores, que durou 15 dias, e, em junho, os servidores da Companhia Catarinense de Água e Saneamento (Casan) paralisaram as atividades por 10 dias.