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O pódio da vida – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

13/08/2024 - 07:08

A exemplo da maioria das crianças, impuseram-me goela abaixo crenças religiosas sem que eu com elas concordasse ou mesmo soubesse do que se tratava. Uma violência imperdoável dos pais. Crendo e descrendo, pé na frente e outro atrás, cresci. Fui fazer Psicologia na PUC/RS. Na PUC… A Psicologia, graças aos anjos, não tem credos, não se alicerça senão nas verdades observadas e comprovadas das ações humanas. E pelos estudos e observações naturais de todos nós, chegamos à “conclusão” que há dois tipos básicos de seres humanos: Os que não sabem que algumas coisas são “impossíveis”, vão lá e fazem… E os que sabem que certas coisas são bem possíveis e não as fazem, mesmo aparentemente as desejando. Incontestável. Sim, mas por que estou neste assunto lamoso? Pela singela razão de que acabei de ler num portal de notícias a seguinte manchete: – “Nascer na época certa do ano determina sucesso olímpico”. Penso que os que fizeram a pesquisa são “desocupados”, caras da Open University, do Reino Unido. Eles pesquisaram os meses de nascimento dos mais consagrados atletas olímpicos e “descobriram” que os que nasceram em certos meses do ano estão sempre mais perto da vitória, das medalhas. Você acredita nisso, leitora? E você, leitor? Pô, fiz Psicologia, estudo essa danação todos os dias, não o faço por dinheiro, mas por gosto e paixão, como posso acreditar em zodíacos? Como posso acreditar em tamanha e vulgar crendice? Melhor é parar, pensar, decidir e jogar-se a pessoa na piscina das possibilidades na vida. Aposto que vai dar certo. – “Ah, sou aquariano, não posso tocar violino, nunca vou conseguir jogar xadrez, jamais vou aprender russo, nada, sou aquariano…”! Quem se amarrar nessa corda dos zodíacos, dos astros e astrologias vai se ferrar na vida. Ademais, quem foi que “descobriu” isso? Com que razão passou esse estúpido legado para o “gado” humano? Crenças baratas só nos lesam, nos põem no atoleiro, já a fé, a fé genuína em nós mesmos nos leva ao pódio dos nossos sonhos, não é mesmo Marcos, você que inventou a saudável história do – “se tu podes crer, tudo é possível ao que crê”. E eu acrescento: E nada é possível a quem não crê ou crê em tolices. Duvido que os vencedores olímpicos creiam em bobagens e não na força “miraculosa” do suor, duvido…

VAZIOS

As Olímpicas nos fazem sair do cotidiano funesto, tétrico, pesado e repetitivo dos fracassos sociais deste mundo em que vivemos. As Olímpicas nos mostram os jovens, os sorrisos, os esforços, a confraternização, as vitórias e mesmo as derrotas não são derrotas, são ousadias. As Olimpíadas são o pulsar do que há de melhor na vida, fora delas… Bah, é o noticiário do cotidiano: cadeia ou hospício…

MEDALHAS

Todos queremos ser medalhistas na vida. E por que não? É muito fácil ser “medalhista”. Antes de tudo, decisão pessoal, logo a seguir, disciplina, isto é, treinar todos os dias, todos. Investir, esperar e colher. Ah, sim, falo de medalhistas para uma vida mental e profissional rica, falo de livros e leituras. Uma horinha por dia, todos os dias, bah, leva a pessoa ao pódio dos saberes e das admirações. Quem não pode? Queixar-se da sorte minguada é fácil, admitir a verdade é para os “medalhistas”.

FALTA DIZER

Olimpíadas? O Brasil dos “machões” ficou fora das medalhas de ouro, quem mais as ganhou ou delas chegou perto, foram as mulheres. Tudo comprovado pelos pódios. E aí, qual a desculpa? Enquanto isso, o Brasil dos covardes continua no pódio mundial dos crimes contra as mulheres, dos feminicídios. Cadeia, vagabundos!

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.