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Vidas mentirosas – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

12/08/2024 - 07:08

Isso mesmo, vidas mentirosas. Nunca com hoje se mentiu tanto e nunca como hoje pessoas sofreram tanto por mudanças na vida social. Hoje, por exemplo, um idiota alardeia que tem milhares de seguidores nas redes sociais, todavia, esse idiota não dorme à noite, não tem um único amigo, amigo daqueles de segurar na mão nas horas de aperto, mas… Tem milhares de seguidores. Nunca como hoje se teve tantas facilidades para qualquer coisa, porém nunca como hoje tantos jovens se mataram como estão se matando. E, claro, nunca os idosos viveram tão isolados como agora. Uma vida falsamente fácil, artificial, mas de silenciosos e fundos sofrimentos. Jovens e idosos no mesmo barco. Para a maioria dos que andam por aí, o remo desse barco da vida está quebrado. Várias razões. Dessas razões muito tenho falado aqui. Nunca é tarde para ajeitarmos o remo-quebrado da vida. Vamos lá. Desde cedo temos que cuidar da saúde física. Você conhece algum jovem, fora os desportistas, que faça regularmente algum exercício físico para melhorar ou preservar a saúde do corpo? Exercício é para os velhos, dizem os entupidos. Não mexem saudavelmente o corpo, vão ter problemas. Não cuidam da cabeça, da mente, pelo contrário, a vão entupindo com tolices, joguinhos imbecilizantes, curtidas e perdas de tempo com de tudo um pouco, e… A cabeça vai enferrujando. E será que fazem poupança, será que pensam num investimento ou nos cuidados indispensáveis para uma vida financeira futura e tranqüila? Não, nada disso, é muito cedo, pensam os procrastinadores. E os “investimentos” em conexões afetivas, sociais, com pessoas do bem e que pensam no bem dos amigos, alguma coisa? Nada, os frívolos contam o número de seguidores, seguidores do nada. Quem tem de fato valor não tem seguidores, aliás, nem anda por aí em deletérias redes sociais, que de sociais nada têm… Com esse resumo, chegamos à boca do poço, do poço em que multidões estão caindo, jovens e idosos. Sem amigos, sem o dinheiro de que precisam ou vão precisar, cabeças ocas e futuro plúmbleo: misérias existenciais. Claro, tudo podia ser minimizado se os jovens tivessem pais e mães, não desses pais e mães que andam por aí… Salve-se quem puder? Coitadas das multidões de jovens e de idosos com nuvens pesadas sobre suas cabeças…

Trecho bíblico, um tapa em nossas caras: A mulher tinha uma filha doente, ouviu falar dos milagres de Cristo e saiu a procurá-lo pelas ruas da Galileia e o encontrou. Cristo a ouviu e disse: – “Ó, mulher, grande é a tua fé. Seja feito como desejas”. Mt 15,28. Cristo deixou bem claro que foi a fé da mãe na possibilidade de cura que sarou a menina. E a nossa fé? Continua só da boca para fora? Desse jeito, não tem Cristo que ajude…

REPETIÇÃO

Repetição é a mãe do aprendizado, aliás, os atletas olímpicos sabem disso, treinam, treinam, treinam e nunca é demais, nunca ta bom… Ouvir de alguém que o nosso trabalho “ta bom” vale por dizer que mal vale o salário. Tá bom, dizem os olímpicos da vida, é acomodação. Nas excelências que devemos buscar em nossas labutas, o “ta bom” é prêmio de consolação para os acomodados. Medalha de Latão.

FALTA DIZER

Para os que se acomodam ao “tá bom”, pergunto: e o salário, tá bom? Aposto que a resposta vai ser não, nada bom. Engraçado, o trabalho que a maioria faz fica sempre num “ta bom”, já o salário é sempre dito como “nada bom”, uma merreca. Bem interessante!

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.