Nesta sexta-feira (2), comemora-se o bicentenário do nascimento da princesa que deu nome à Colônia Dona Francisca, que mais tarde passou a se chamar Joinville. Para marcar a data, serão realizadas algumas atividades durante o mês de agosto.
Às 10h desta sexta, foi aberta a exposição de arte têxtil “Bicentenário Dona Francisca em alto liço e alto estilo” do coletivo As Catarinas e da Escola de Artes Fritz Alt, na Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior. Dez artistas produziram peças de tapeçaria inspiradas em várias fases da vida da princesa Dona Francisca.
Os trabalhos podem ser conferidos no Museu Nacional de Colonização e Imigração (MNIC) até o dia 1º de setembro. A visitação é gratuita.
A ideia, ao pensar nesta exposição, foi trazer a Dona Francisca para conhecer Joinville, já que ela nunca esteve na cidade. E, dessa forma, permitir que o público conheça mais sobre a história dela por meio das peças criadas.
Para isso, as artistas pesquisaram a história da Princesa Dona Francisca em pinturas, desenhos e fotografias feitas nos diferentes momentos de sua vida. Estas imagens serviram de referência para confeccionarem as tapeçarias. Para desenvolver os trabalhos, foram usadas linhas de algodão, lã, linho, fios acrílicos, retalhos de tecidos e diferentes técnicas específicas da tapeçaria.
Participam deste projeto as artistas Andréia Peixoto, Elke Hülse, Ivone Mizubuti, Lia Almeida, Luciane Sell, Márcia Domingues, Márcia Miotti, Marize Didone, Silvia Ceccato e Sonia Zaccaron.
Busto original da princesa, feito por Fritz Alt, será instalado
Na próxima sexta-feira, dia 9 de agosto, a obra original do busto de Dona Francisca será instalada no jardim do Museu Casa Fritz Alt, no bairro Boa Vista. O busto, feito em bronze, foi confeccionado por Fritz Alt em 1926, para a celebração dos 75 anos de fundação de Joinville. A peça estava guardada e agora poderá ser vista novamente pelo público.
Totem em homenagem e exibição de documentário
Na Rua das Palmeiras, ao lado da réplica do busto da Princesa Dona Francisca, foi instalado um totem em comemoração ao bicentenário da princesa.
Já na terça-feira (6/8), o documentário “Dona Francisca”, produzido pela NSC TV de Joinville em 2021, começará a ser exibido no auditório do Museu Nacional de Imigração e Colonização (MNIC). O auditório do museu foi batizado com o nome da Princesa Dona Francisca.
O espaço funciona de terça-feira a domingo, das 10h às 16h, e o vídeo estará disponível até 1º de setembro para quem quiser saber mais sobre a história da Princesa Francisca Carolina de Bragança (1824-1898), filha de Dom Pedro I e Dona Leopoldina.
Quem foi Dona Francisca
Após 2 séculos, a princesa brasileira, filha de Dom Pedro I, ainda é lembrada como um grande ícone em Joinville. Se casou com o príncipe francês François Ferdinand, em 1843, quando tinha 19 anos. Após a cerimônia, a princesa partiu para a França e não retornou mais para o Brasil.
Durante sua estadia na Europa, Dona Francisca era conhecida como La Belle Françoise, e se tornou uma das princesas mais queridas e populares da corte europeia. Após a monarquia ser extinta na França, em 1848, a família do príncipe abdicou do trono, e foi enviada para o exílio na Inglaterra. Nesse momento o casal real de Joinville tomou decisões que acabaram fundando a cidade.
Entre os dotes de casamento de Francisca estavam 25 léguas onde está localizada Joinville. Com ajuda da Sociedade Colonizadora de Hamburgo, negociaram parte das terras e recrutaram colonos na Europa para ocupar as terras. A chegada desses imigrantes marcou a fundação da colônia, no dia 9 de março de 1851.
Nesse período, criou-se o mito de que os príncipes voltariam ao Brasil para morar na Maison de Joinville, também conhecida como Palácio dos Príncipes, porém o local não foi construído para a família real, mas sim um casarão destinado a administração da Colônia Dona Francisca.
O projeto da casa foi elaborado por Frederico Bruestlein, administrador dos bens do Príncipe de Joinville. Em 1852, em homenagem ao príncipe François Ferdinand, a cidade passou a se chamar Joinville.
Francisca Carolina de Bragança faleceu em 1898, em Paris, aos 73 anos. Ainda hoje ela tem grande importância para a cidade, sendo lembrada com nome de rua, a Serra Dona Francisca, e pelo busto produzido pelo artista Fritz Alt.