Os jardins do Museu Nacional de Imigração e Colonização e a rua Rio Branco foram palco do 6º Festival do MNIC, que reuniu joinvilenses, migrantes e imigrantes em uma mistura de idiomas e cultura durante o domingo (28). Com apresentações culturais, culinária de diferentes países, oficinas, artesanato, rodas de conversa e exposições, o evento atraiu cerca de 5 mil pessoas.
A gastronomia chamou a atenção dos visitantes. Em uma das tendas, um grupo de venezuelanos serviam as tradicionais arepas, um pão feito com farinha de milho pré-cozido, sal e água preparados em uma chapa. No recheio, frango, banana e queijo eram um dos preferidos. Mas também tinha opções com peixe, feijão e até abacate.
José Francisco Carranza, 51 anos, veio para o Brasil há 4 anos com a mulher e as duas filhas. Feliz em morar em Joinville, contou que é uma alegria poder compartilhar a culinária de seu país. “Comemos arepas no café da manhã, assim como as empanadas. Como dá para fazer vários recheios, comemos em quase todas as refeições”, revela.
Para quem acha que a comida japonesa é feita basicamente com peixe cru e arroz, se surpreendeu com o takoyaki, um bolinho redondo feito com uma massa líquida que contém farinha, ovo e caldo dashi (ou água), recheados com pedaços de polvo. O preparo é feito em uma chapa especial, que cozinha o alimento lentamente.
“O gosto se parece com uma panqueca. Achei muito saboroso”, revelou a estudante Aline Pires, de 18 anos. Também foram oferecidos pratos que representam a cultura gastronômica do Haiti, Alemanha e Polônia.
Mas pratos mais conhecidos da gastronomia brasileira como baião de dois, acarajé e feijão tropeiro também foram servidos. Entre as delícias italianas, nhoque, polenta com galinha e lasanha. A tradição joinvilense, por meio do chineque e empada, esteve presente. Mas o doce recebeu coberturas diferentes, como avelã, e os salgados, recheios como chucrute e linguiça Blumenau.
No palco, o público pode conhecer mais sobre as tradições japonesas, indígenas, italianas, alemãs, venezuelanas e africanas. A passagem do cortejo de maracatu e o samba também entretiveram os joinvilenses e turistas.
Também houve exposição de bonsai, de bonecas, de indumentárias, além de artesanato indígena, venezuelano e afro-brasileiro. Oficinas e rodas de conversa com temáticas importantes para quem é de Joinville e também para quem escolheu viver na cidade, fizeram parte da programação.
Quem foi até o museu, pode conferir a exposição Miradas do Porvir, que trata da imigração do Sul Brasil. A casa enxaimel e o espaço Saberes e Fazeres também estavam abertos para receber o público. A equipe do museu contabilizou mais de 1 mil visitantes nos espaços expositivos.
O Festival do MNIC foi criado para celebrar as diferentes culturas por meio da participação de imigrantes, migrantes, turistas e joinvilenses e também comemorar os 67 anos do museu. O evento reuniu grupos, associações, coletivos e outras instituições que representam as mais diversas culturas de quem vive em Joinville.