De ônibus ou de avião? – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

25/07/2024 - 07:07

Num passado não muito remoto quando alguém queria debochar de um boteco, de um lugar qualquer, dizia: – Pô, isso aqui virou uma rodoviária! Rodoviária era lugar de gente desprezada pelos idiotas das ostentações, daí vinham os deboches. Dizer que um lugar tinha virado rodoviária era para esculachar o lugar. Hoje se diz diferente, bem diferente. Quando alguém quer apequenar um lugar, rebaixá-lo mesmo, diz: “Pô, isto aqui virou um aeroporto”! Quem vai aos aeroportos hoje nota de cara o nível a que chegamos, mais rasteiro impossível. E dentro dos aviões, bah, a pessoa tem que rezar para que não tenha um ordinário mal-educado ao lado, vai ser difícil, mas rezando muito pode acontecer o milagre. Vamos lá, vamos embarcar… A vida é uma viagem, mas não deve ser uma viagem de “aeroporto”, outrora dizia-se de rodoviária. Temos que traçar bem o curso da nossa viagem pela vida, afinal, muito dessa viagem depende de nós, do que fazemos conosco. Nosso capital maior, o único em que de fato vale a pena todos os investimentos, é a saúde. Com saúde podemos pintar e bordar, sem saúde, deu pra bola… A encrenca é que poucos acreditam nisso, pensam que saúde é sorte, que saúde é para os ricos, bobagens ditas por pessoas que ignoram os poderes humanos. Cada um de nós é um ecossistema complexo de pensamentos, sentimentos, credos, ações e reações. E pela visão da medicina holística e da Psicologia temos o poder dos “milagres” dentro de nós. Muitos casam errados, por exemplo, e apontam o dedo para o outro, para o companheiro ou companheira escolhida. Quando o erro foi de quem por primeiro se “apaixonou”. Errou o “bote”, tem que admitir isso. Ah, mas ele me enganou, pensei que fosse uma coisa e era outra…! Não me venham com essa, com olhos de perceber e ouvidos de escutar descobrimos tudo na outra pessoa, mas… Os levianos apressados com falsos encantamentos (ou interesses) anestesiam os sentidos e a verdade é ignorada. Qualquer dos nossos sofrimentos funciona como uma sirene pedindo passagem, passagem para a compreensão sobre o sofrimento. Qual a mensagem que ele passa? Enfim, temos no mapa da nossa vida uma pacífica rodoviária ou um, hoje, asqueroso aeroporto. Pegar um ônibus para os sonhos ou voar para os nadas, ãh?

EXEMPLOS

Bom momento para as famílias se unirem, sentarem diante da tevê e trocarem idéias com os filhinhos acomodados… Que momento é esse? O das Olimpíadas de Paris. Pais e mães comentando com os filhos sobre tudo o que os atletas fizeram para chegar até lá. Não foi moleza. Foi “identificação” com um esporte, foi decisão de praticá-lo e foi, sobretudo, uma “repetição” que só os obstinados conseguem levar adiante. E ao fazer isso, realizam-se, mesmo sem medalhas. Ouviram, “filhinhos” da acomodação?

POBRES

Pode ser que haja alguém, não conheço. Alguém que vá participar dos Jogos Olímpicos vindo de família rica… Duvido. Os atletas “corda no pescoço” pela obstinação, pelos treinamentos que produzem sangue fora das veias, esses são todos de famílias pobres. São os admiráveis da disciplina, da obstinação por um sonho e da “autorrealização”, mais que tudo. Esportes que usam animais como “instrumentos” não são esportes, são estupidez…

FALTA DIZER

No futebol brasileiro continua a farra. Jogadores frouxos, sem determinação nem caráter continuam titulares, continuam fazendo “rodinhas” para derrubar treinadores e… Derrubam. E os presidentes omissos vão atrás dos farsantes e demitem os treinadores. Chega. Alguém tem que bater na mesa. Chega!

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.