Hermafroditismo em cadela: um caso raro e complexo em Florianópolis

Cachorra Bonnie — Foto: Reprodução/Redes sociais

Por: Isabelle Stringari Ribeiro

19/07/2024 - 14:07 - Atualizada em: 19/07/2024 - 14:33

Durante um exame de rotina em uma clínica veterinária de Florianópolis, descobriu-se uma condição rara em uma cadela chamada Bonnie. A cadela foi diagnosticada com hermafroditismo, uma condição na qual o animal possui tanto partes reprodutivas femininas quanto masculinas.

Durante a operação de castração realizada pela veterinária Camila Batschke, foi removida uma estrutura semelhante a um pênis, além dos tecidos correspondentes aos ovários. Essa intervenção foi necessária para prevenir possíveis problemas de saúde futuros na cadela.

O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) confirmou que o hermafroditismo é uma condição extremamente rara em cães. Internamente, a cadela de 1 ano e 6 meses da raça braco alemão possuía células relacionadas tanto a ovários quanto a testículos. Externamente, apresentava uma estrutura semelhante a um pênis entre a vulva, conforme descrito pela veterinária.

A suspeita inicial da condição surgiu quando Bonnie tinha 8 meses e foi confirmada por meio de exames detalhados. Ultrassons foram realizados para avaliar sua cavidade abdominal, verificando a presença de útero, cérvix e ovários. Após aguardar até que a cadela atingisse cerca de 1 ano e pouco de idade, a cirurgia de castração foi realizada, removendo-se a estrutura peniana.

Durante a cirurgia, foi evidenciado que Bonnie possuía células tanto ovarianas quanto testiculares no mesmo tecido, confirmando seu status como hermafrodita verdadeira. Deixar a cadela sem intervenção poderia resultar em complicações de saúde significativas no futuro, como ressecamento da estrutura peniana exposta e risco aumentado de câncer caso os testículos permaneçam fora da bolsa escrotal (criptorquidia).

A cirurgia foi bem-sucedida, realizada em novembro, e Bonnie recebeu alta no mesmo dia sob os cuidados da Dra. Batschke. Segundo Bruno Divino do CFMV, casos de hermafroditismo em cães são tão raros que não há dados precisos disponíveis, sendo relatados apenas um a dois casos por ano nos grandes centros veterinários.

Essa condição atípica destaca a importância da vigilância veterinária e do tratamento cirúrgico adequado para garantir o bem-estar dos animais afetados por anomalias congênitas como essa.

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Isabelle Stringari Ribeiro

Jornalista de entretenimento e cotidiano, formada pela Universidade Regional de Blumenau (FURB).