Edson Busch Machado lança nesta sexta-feira (19), o livro “Quem tem Medo da Cultura?”. O evento está marcado para as 19h, no Atelier do artista Canfield SK, no Bairro Jaraguá Esquerdo, em Jaraguá do Sul.
Durante toda sua trajetória profissional, Edson Busch Machado, artista visual, curador de exposições, jornalista, gestor cultural e operário da cultura, foi um grande observador e provocador das diferentes facetas da arte catarinense. Agora, aos 71 anos, o autor presenteia a todos os leitores com esta obra icônica que marcará a história de Santa Catarina.
A obra é dirigida a pesquisadores, professores e estudantes de arte, gestores de entidades e instituições culturais, curadores e artistas que têm suas obras citadas, historiadores, interessados em geral nos movimentos artísticos, nos enfoques antropológicos e no desenvolvimento comportamental no País, sobretudo, nos estados de Santa Catarina e do Paraná nas últimas cinco décadas.
Cinco décadas de história da arte
Milhares de textos de Edson foram publicados em múltiplas plataformas e são preciosos registros de cinco décadas de história da arte de Santa Catarina, seus respectivos artistas e movimentos. Com cerca de 600 páginas e 2 mil citados entre artistas, museus e instituições de cultura, a maioria catarinense, o livro servirá de referência para cursos de artes e de ciências humanas.
Criação da obra
O processo de criação da obra “Quem tem Medo da Cultura?”, foi realizado enquanto o autor estava isolado socialmente por conta da recente pandemia de Covid-19 que assolou o mundo. Edson aproveitou este período para mergulhar no seu acervo pessoal presente na sua casa/museu, a partir de 2020, na tentativa de organizar gavetas, armários, arquivos, estantes, mapotecas, pastas de documentos, baús, caixinhas e caixotes com papéis diversos. Para o autor, este amplo acervo representa, “os nossos esconderijos que nascem e crescem com o passar do tempo”.
O que Edson não imaginava era que este garimpo renderia surpreendentes redescobertas. Reencontro com antigos desenhos, fotografias reveladas e esquecidas, projetos inacabados, cartas e bilhetes, cadernos com anotações de viagens, catálogos de exposições, velhas revistas desbotadas, cartuchos de videocassete, aquele pré roteiro abandonado de filme Super 8, esboços de histórias vividas, rascunhos de discursos e palestras proferidas, textos críticos, pequenos objetos obsoletos e muitos recortes de jornais amarelados.
“Ali estavam textos e artigos que escrevi e publiquei durante décadas sobre artes visuais, dança, cinema, fotografia, patrimônio histórico, gestão cultural, economia criativa, leis de incentivo, viagens, diplomacia, comportamento e generalidades. Um farto e raro material iconográfico que nas mãos e às vistas de estudiosos, pesquisadores e curiosos em geral poderia proporcionar boas e didáticas informações”, pontua o autor.
Desde então Edson passou a adiantar a tarefa de arquivista reunindo inicialmente centenas de escritos durante os 50 anos. Na maioria dos textos o autor escreve sobre o trabalho dos outros nas artes e lidas culturais, observando-os e tantas vezes admirando-os nos detalhes quase ocultos, enaltecendo trajetórias ou sugerindo caminhos a seguir em seus ofícios, despertando e revelando novos talentos, promovendo e contextualizando as manifestações das culturas nas comunidades, apontando possíveis soluções criativas na administração cultural. Mas também criticando o marasmo, a mesmice e a burocracia, mirando os acomodados círculos da cultura oficial pública, e a falta de consciência e de conhecimento no âmbito da sociedade alienada e da política sectária. “Creio que ao escrever sobre o trabalho dos outros, um pouco deste autor, mesmo que, às vezes controverso, também se revela, com o desejo de continuar provocando no leitor e suas múltiplas identidades.”, afirma Edson.
Todos os textos contidos em “Quem tem Medo da Cultura?” foram publicados originalmente nos jornais, revistas, catálogos e livros, portanto, passaram pelo crivo de profissionais da escrita – jornalistas, editores, revisores e copydesks. Grande parte deste material era recebido nas redações pelas editorias responsáveis pela secção cultural como Néri Pedroso, Joel Gehlen, Vânia Oliveira, Paulo César Ruiz, Rodrigo Garcia Lopes e Silvio Melatti. entre outros.
O escritor, poeta, jurista, crítico literário e de artes, Péricles Prade, orientou intelectualmente esta produção e assinou o posfácio do livro, onde descreve o autor como um grande exemplo de alteridade: “Há muito de Edson Busch Machado nos diferentes artistas (e em suas obras) que ele analisou, em se tratando ele mesmo de conceituado esteta (pintor, desenhista, fotógrafo, gravurista) e crítico de artes visuais”.
Na opinião da escritora e socióloga, Lélia Nunes, a escrita de Edson Bush Machado é saborosa, refinada e sutil, “Os textos memorialistas são de dar água na boca a falar das gentes e seus hábitos, das arquiteturas dos afetos, dos comportamentos e modos de ser e de estar no mundo de outrora e ainda presentes”.
Após todo material ser selecionado pelo próprio autor, a produtora cultural Eula Regina Maciel elaborou minucioso projeto e encaminhou ao PIC (Programa de Incentivo à Cultura) para aprovação do Governo do Estado de Santa Catarina por meio da Fundação Catarinense de Cultura. Parceiro de primeiríssima hora do empresário José Maurício Coelho, CEO da C-Pack, que apoiou o projeto em sua totalidade e ainda acrescentou ideias para a circulação do livro, com maior alcance social aos operários e funcionários de sua empresa sediada no município de São José. Já os detalhes técnico e editoriais ficaram por conta da Manuscritos Editora, com sede em Joinville, por meio da experiência de sua diretora, Bernadete Costa.
Serviço:
O quê: Lançamento do livro “Quem tem Medo da Cultura?”
Quando: 19 de julho de 2024 – às 19h
Onde: Atelier do artista Canfield SK
Endereço: Rua Giovani Vicenti, 12, Bairro Jaraguá Esquerdo, Jaraguá do Sul (SC)