Não deu nem tempo de a orelha de Donald Trump cicatrizar até que a esquerda, aqui no Brasil, já começasse a utilizar politicamente o atentado que o ex-presidente americano sofreu no sábado (13). O ministro da Justiça e da Segurança Pública de Lula, Ricardo Lewandowski, adiantou-se para dizer que o acesso de cidadãos comuns à armas de fogo não seria só um risco para a segurança pública, mas algo que “coloca em xeque a própria democracia”.
A fala do ministro não faz nenhum sentido, porque põe um peso muito maior nas armas que estão nas mãos dos cidadãos de bem do que nas armas que estão nas mãos de bandidos, fato que está totalmente ausente da análise do ministro. Se o cidadão armado é uma ameaça à democracia, o que dizer então do PCC e do Comando Vermelho? Será que eles não seriam uma ameaça ainda maior à democracia do que um pagador de impostos que, cansado da insegurança que o ministro Lewandowski não consegue resolver, compra uma arma para proteger a si e a sua família?
Além de ser uma grande bobagem, a fala de Lewandowski é, também, hipócrita: o ministro tem armas de fogo há mais de 40 anos e foi recentemente à Polícia Federal renovar os seus registros, segundo reportagem do portal Metrópoles. Como o próprio ministro fez o que ele critica que outros façam, a sua fala sobre cidadãos comuns armados serem uma ameaça à democracia só tem uma interpretação: como o próprio Lewandowski tem armas, ele na certa não se vê como um cidadão comum, mas como um cidadão supremo que é, na verdade, um salvador da democracia.
A fala de Lewandowski também padece de um problema lógico, porque a solução do ministro é equivalente a jogar o bebê fora com a água do banho. É o mesmo que proibir facas por causa da facada contra Bolsonaro, proibir o chocolate por causa da obesidade ou proibir carros por conta de acidentes fatais. Se nada na fala do ministro faz sentido, então por que fazer uma afirmação tão tola? É porque o ministro segue uma cartilha batida da esquerda: politizar tragédias políticas e sociais para avançar a agenda ideológica progressista.
A esquerda já fez isso, por exemplo, com os ataques a tiros em escolas, que foram usados para forçar a regulamentação das redes sociais; com a pandemia de Covid-19, usada para implementar obrigatoriedade dessa vacina até mesmo a crianças, algo que não existe em nenhum país do mundo; com os tristes casos de estupro de crianças e adolescentes, usados para impor a descriminalização do aborto ou a sua legalização em todos os casos, além de dezenas de outros exemplos semelhantes.
A diferença, agora, é que a direita tem agido de maneira estratégica para impedir o avanço da agenda progressista, como as vitórias contra a aprovação do PL da Censura e do PL da Globo no Congresso demonstram. Com o atentado a Trump, a esquerda já está tentando, novamente, virar o jogo e impor sua própria narrativa, mas a direita já está mais madura, aprendeu a ganhar esse jogo e vai mobilizar a sociedade, que é na maioria conservadora, para impedir futuros retrocessos e preservar as liberdades dos brasileiros.