“Vamos matar todos os advogados!”, escreveu William Shakespeare em sua obra imortal, “Henrique VI”. À primeira vista, parece um ataque à classe jurídica, mas o contexto revela algo diferente. A frase é dita em um cenário de desordem social, onde eliminar os advogados, portavozes da lei e da justiça, seria a chave para o sucesso de uma rebelião.
Imagine por um momento um mundo sem advogados…A advocacia serve como ferramenta para garantir justiça e equidade, protegendo os vulneráveis, punindo transgressores e mantendo a ordem social. Sem os advogados, a sociedade fica à mercê da opressão, pois são eles que, com sua sagacidade e perspicácia, garantem que os direitos de cada cidadão sejam respeitados.
Basta ser intitulado como advogado? Infelizmente, não. À medida em que avançamos, a quantidade de profissionais de advocacia com pensamento crítico está cada vez mais escassa.Estamos vivendo um período de muita informação, mas de pouca profundidade. Será que não há mais tempo para a reflexão?
A inteligência artificial transformou nossa forma de trabalhar, no entanto, embora a tecnologia possa automatizar processos e melhorar os índices de eficiência, não se deve pôr a menos as principais habilidades que os advogados precisam ter: o inconformismo com a injustiça, a compreensão do contexto social e o senso de ética e moral.
A advocacia, em sua essência, não requer apenas técnica, competência e produtividade, mas, também, a inteligência humana que nos faz ser capaz de criar conexão genuína com as pessoas, entendendo suas necessidades e preocupações de maneira holística, a fim de estar com os clientes lado a lado, em todos os momentos, na defesa de seus interesses.
Nessa breve abordagem sobre o futuro de uma das mais nobres profissões, percebe-se que a advocacia do futuro será realizada com o apoio das novas tecnologias, mas também com o renascimento do pensamento crítico humano. Os profissionais que conseguirem criar um elo entre esses dois elementos serão os verdadeiros guardiões da justiça e promotores de um sistema legal humano, empático e justo.