Uma cobra jararaca, venenosa por natureza, foi descoberta dentro de uma gaveta em uma oficina de Jaraguá do Sul, no Norte de Santa Catarina. Por sorte, o mecânico não se deparou com o animal por engano. O réptil foi resgatado e posteriormente solto em uma área de mata, conforme informado pelo biólogo Christian Raboch, da Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (Fujama).
“No outro dia, depois de ele pintar o carro, ela [jararaca] acabou aparecendo. Então ele acha que jogou tinta no carro e, com o cheiro muito forte, ela saiu de dentro do carro, do motor, e acabou entrando na caixa de ferramentas”, disse o biólogo.
O incidente ocorreu na sexta-feira (5). O local onde a jararaca foi encontrada é uma oficina especializada em reforma e pintura de carros. O morador, que solicitou o resgate, relatou que deixou seu carro no local e fechou a porta à noite. Dessa forma, não é possível determinar como o animal conseguiu entrar após o término dos trabalhos na oficina. Raboch explicou que a jararaca é uma das cobras venenosas mais perigosas do Brasil. Existem mais de 30 espécies do gênero Bothrops espalhadas pelo país que são comumente chamadas de jararaca, variando de região para região e bioma para bioma.
“O grupo das jararacas, o grupo Bothrops, é responsável pela maioria dos acidentes com serpentes no Brasil. A peçonha da jararaca não é a mais forte não, a mais forte é da coral. Só que a coral não dá bote, acidente com ela é bem raro de acontecer. Então a jararaca é uma das mais perigosas no sentido de acidentes”.
A Bothrops jararaca é a espécie mais comum, encontrada principalmente em ambientes florestais e com ampla distribuição em Santa Catarina, sendo endêmica da Mata Atlântica. O biólogo Tobias Kunz, especialista em répteis, explicou que apesar do perigo, o veneno da jararaca pode causar danos variados dependendo da quantidade injetada.
“Sua ação e efeitos são influenciados por vários fatores, como a quantidade injetada e sensibilidade da pessoa. Mas em geral, são considerados venenos menos potentes que o de cobras corais e cascavéis, que apresentam ação neurotóxica e podem causar paradas cardíacas e respiratória e, portanto, evoluir para quadros de maior gravidade mais rapidamente em relação aos acidentes envolvendo espécies do gênero Bothrops”, esclarece.
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