Lideranças em ascensão – Claudio Prisco Paraíso

Foto: Divulgação

Por: Claudio Prisco Paraíso

10/07/2024 - 06:07

 

Jorginho Mello embarcou para Portugal embalado, fortalecido com o evento internacional do conservadorismo, abrilhantado por várias lideranças latino-americanas, com destaque para o presidente da Argentina, Javier Milei, e também o ex-presidente Jair Bolsonaro. O governador deitou e rolou.

Até presenciou algo curioso. O PSD, que é o partido que nos bastidores faz oposição ao seu governo em Santa Catarina, muito mais do que o PT – por incrível que possa parecer. Os pessedistas acabaram empurrando vários candidatos ao Expocentro de BC para tentar pegar uma carona na popularidade de Jair Bolsonaro. A iniciativa bateu na trave.

Bolsonaro só fotografou, gravou e circulou com nomes liberais. A turma do PSD, contudo, como uma forma de consolação, acabou fazendo alguns flashes com dois dos filhos do presidente, Jair Renan, que vai ser candidato à Câmara de Vereadores; e o deputado federal por São Paulo, candidato ao Senado em 2026, Eduardo Bolsonaro, responsável pelo evento.

 

Manda Brasa

Na sequência, o chefe do Executivo estadual retornou a Florianópolis, e entregou o governo a quem? O deputado Mauro De Nadal, presidente da Assembleia, emedebista de cruz na testa. Jorginho acabou escalando a sua vice para um compromisso internacional, no Uruguai, para entregar a administração estadual, mesmo que por apenas uma semana, a Nadal.

Entrelinhas

Uma clara sinalização de Jorginho Melo que deseja ter o MDB no projeto de reeleição daqui a dois anos. Além, evidentemente, de toda uma estratégia que passa pela divisão do mandato do futuro presidente na Assembleia Legislativa na sucessão de Mauro De Nadal. A ideia é um ano para um emedebista e outro ano para um liberal.

 

Proa

O PL, nunca é demais lembrar, é pilotado no Estado pelo próprio Jorginho. Agora, além do MDB, Jorginho Mello atua fortemente para ampliar o seu arco de alianças partidárias.

 

Guarda-chuva

O Republicanos, já está com o deputado federal Jorge Goetten, e Juca Mello, irmão do governador, de primeiro vice-presidente. Em relação ao Podemos, a conversação já foi deflagrada. A sigla inevitavelmente também virá para o controle de Jorginho Mello.

 

Fortalecimento

Até porque a presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, deseja um deputado federal por Santa Catarina. Esse nome tem tudo para ser o do deputado estadual Lucas Neves, ocupando espaço de Carmen Zanotto na Câmara Federal. Isso porque ela é favorita na corrida pela Prefeitura de Lages.

 

Composição

O Podemos deve indicar o vice de Carmen e ainda fica com espaço dela para 2026, com Neves trocando a Assembleia pela Câmara.

 

Quarteto

Além desses dois, e do MDB, que está encaminhado, com cinco posições no governo, com destaque para a poderosíssima Secretaria de Infraestrutura, hoje pilotada pelo deputado estadual licenciado Jerry Comper. Além do MDB, do Podemos e do Republicanos, o PRD, Partido da Renovação Democrática, resultado da fusão do Patriota com o PTB. Também já está no guarda-chuva do governador.

 

Laços

Não se pode descartar, ainda, o União Brasil, mais ali adiante, dentro desse arco que está sendo muito bem construído pelo governador catarinense. Até pela proximidade com Ronaldo Caiado.

Centrão

O União Brasil, é de conhecimento público, é um partido essencialmente fisiologista. Nasceu da fusão entre o PSL, que elegeu Jair Bolsonaro presidente da República em 2018, com o Democratas. Por fim, ainda tem o Novo. Trata-se do partido do prefeito Adriano Silva, de Joinville, que tem tudo para se reeleger e que poderia vir a ser uma alternativa ao governo do Estado.

 

Distância

Ocorre que Romeu Zema, governador de Minas, e a principal estrela do partido, nunca esteve tão próximo da família Bolsonaro. Na Câmara, a principal liderança do Novo concentra-se na figura do deputado Marcel Van Hattem, gaúcho, que deve concorrer ao Senado pelo Rio Grande do Sul. Muito provavelmente, apoiado pelo PL.

 

Chapa

No estado vizinho, PL e Novo podem fazer uma dobradinha de candidaturas ao Senado. Isso porque a prioridade é eleger uma maioria segura no Senado. Na Câmara, a coisa já está mais ou menos sob o controle da oposição. A tendência é preservá-la, ainda mais dentro do desastre administrativo que é o desgoverno Lula da Silva.

 

Locomotiva

E ainda tem a situação de São Paulo, estado pelo qual Eduardo Bolsonaro vai concorrer ao Senado. O filho 02 de Jair disputará pelo PL. Adivinhem qual é o outro candidato? Será indicado pelo Novo, partido ao qual acabou de se filiar o deputado federal Ricardo Salles. Ele estava no PL e migrou para o Novo. Foi ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro. Segue fiel ao ex-presidente.

 

Proximidade

Ou seja, teremos dobradinha do PL com o Novo em dois estados com enorme força econômica e tradição política.

 

Isolamento

Nessa toada, daqui a pouco Romeu Zema vira vice numa chapa do PL. E a candidatura eventual de Adriano ao governo do Estado? O Novo, que hoje recebe o apoio do PSD na disputa eleitoral em Joinville, pode terminar entrando na órbita PL. Ou seja, sobram o PSD isolado numa extremidade e o PT com as demais siglas à esquerda, na outra ponta.

 

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